Do que é feito um sofá? Ele pode ser reciclado?

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Estamos tão acostumados em sentar nele que raramente pensamos do que o sofá é feito. Saber o que compõe um objeto é o primeiro passo para saber se ele pode ser prejudicial para sua saúde e a do meio ambiente, além de ser fundamental na hora de fazer seu descarte.

Os sofás normalmente são feitos de uma estrutura de madeira, molas, uma camada de tecido resistente, camadas de espuma, manta acrílica, correias elásticas (um entrelaçado de látex misturado com plástico) localizadas na parte interna do sofá e os tecidos de cobertura. Então, basicamente, o sofá é formado por uma estrutura, pelo enchimento e pela cobertura.

Todos os produtos, os móveis aí inclusos, passam pelos processos de produção, distribuição, utilização e desmantelamento. Para produzir um móvel como o sofá são necessários materiais e energia; para distribui-lo, são necessárias embalagens e um meio de transporte, que também requer energia e emite poluentes; durante a utilização, é possível que necessite de alguma manutenção, como a troca de alguma parte componente (o que gera resíduos; e, por fim, em algum momento ele perderá o uso, tornando-se lixo. Quando isso acontece, o que ocorre com os materiais que compõem o sofá? Será que eles eles são poluentes? Qual é o melhor modo de descarte? O sofá é reciclável ou pelo menos posso fazer um descarte consciente?

Primeiramente, o descarte de um móvel usado como o sofá não pode se dar em vias públicas, terrenos baldios ou córregos. O descarte irregular é considerado crime ambiental passível de multa de até R$ 14 mil. Quando descartado irregularmente, o sofá contribui para enchentes, ao obstruir passagens de água. Outro ponto de preocupação é o seu tempo de decomposição, vamos entender o porquê.

Estrutura

A madeira é naturalmente um material biodegradável, porém a estrutura do sofá é constituída de placas de madeira (MDF, painéis de aglomerado, laminados), que são coladas com resinas que contêm uma significativa porcentagem de formaldeído em sua composição. O formaldeído é um conservante, ou seja, ele impede o crescimento de vários microrganismos – desse modo, ele faz com que as placas de madeira demorem cada vez mais para se degradarem, levando até mais de 13 anos finalizarem o processo completamente.

Além desse problema, durante o processo de fabricação das placas de madeira o formaldeído é liberado em forma de fumaça, sendo extremamente tóxico e nocivo para os trabalhadores. Quando ocorre o descarte ilegal, muitas pessoas queimam sofás. Por conta das resinas feitas com formaldeído, a fumaça liberada é muito tóxica. Ao contrário da exposição ocupacional, quando o sofá é queimado ao ar livre, as pessoas não estão protegidas com nenhum tipo de equipamento de segurança para filtrar a fumaça tóxica, sendo afetadas diretamente.

As molas que compõem alguns sofás costumam ser feitas de aço. O aço não é biodegradável e, pela ação da chuva e do vento, demora mais de 100 anos para se decompor. Imagine se todo mundo descartasse o material (que é reciclável) irregularmente?

Enchimento

Na parte de enchimento ou estofamento do sofá, são adicionados cerca de cinco tipos diferentes de materiais, geralmente espumas de espessuras e finalidades diferentes. A principal espuma utilizada é o poliuretano de alta densidade – esse plástico derivado do petróleo contém componentes tóxicos à saúde e que são extremamente voláteis (compostos orgânicos voláteis). O poliuretano não é biodegradável e pode demorar mais de 100 anos para se degradar pela ação da chuva e do vento. O material também não pode ser derretido porque não retorna a um estágio em que se possa fazer outra espuma. A reciclagem conhecida para poliuretano é a mecânica, ou seja, aquela que transforma o poliuretano em partes muito pequenas que podem ser utilizadas na fabricação de asfaltos para corrida, sacos de lixo, pisos, mangueiras, fibras, embalagens (exceto para alimentos), conduítes e partes de automóveis. Portanto, se você descartar corretamente o seu sofá, esse será o destino mais provável para a espuma.

Cobertura

Essa parte é a mais visível de um sofá e consiste no processo de acabamento. Na cobertura, podem ser utilizados diversos tipos de materiais, como juta, algodão, couro, poliéster. O couro é naturalmente biodegradável porque é de origem orgânica, porém, devido aos processos de tratamento aos quais é submetido (banho de cromo), o tempo de decomposição pode ser estendido. Mas vale a pena lembrar que o material provém do sofrimento e da morte de animais, não sendo, portanto, um tipo de cobertura eco-friendly (amigavelmente ecológico). Pela durabilidade concedida ao couro, é possível reaproveitá-lo quando o sofá não puder mais ser utilizado, retirando o couro para fazer outros artefatos.

O tecido de juta é a fibra da planta de mesmo nome, necessita de menos químicos em seu tratamento e pode ser reaproveitado para outros fins (artesanatos) após a sua inutilização como cobertura do sofá.

Tecidos de algodão são mais utilizados na forma de capa para sofás, porque são muito fáceis de reter sujeira. Peças de algodão podem ser recicladas por meio de um processo de separação das fibras, no qual é possível produzir outras peças com o material reciclado. Atualmente já existem empresas que fazem este serviço.

Os sofás com cobertura de poliéster normalmente provêm de uma mistura de algodão com poliéster. Tecidos com essa composição também podem ser reciclados por meio de processos mecânicos de separação das fibras.

Agora que você já possui essas informações, pense duas vezes antes de descartar um sofá ou outro móvel em local inapropriado e também antes de comprar um novo sofá. É possível reciclar e reaproveitar muitos componentes do sofá, reduzindo rejeitos e ocupando menos espaço nos aterros.

Saiba onde descartar seus sofás e outros móveis antigos ou utilize nosso serviço de retirada na sua casa:

Quer descartar seu objeto com a consciência tranquila e sem sair de casa?

Onde ocorre a coleta?

Os serviços de coleta oferecidos estão disponíveis nos estados das regiões Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo), Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe) e Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal).

Equipe eCycle

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