Solo é todo material inconsolidado encontrado na superfície dos continentes. O processo de formação do solo pode durar milhares de anos e é realizado pela ação do intemperismo e pedogênese, favorecendo o suporte à vida vegetal e animal. Dependendo das condições ambientais, eles podem variar em suas características físicas, químicas e físico-químicas.
Existem diversos tipos de solo: arenosos, argilosos, vermelhos, amarelos ou cinza esbranquiçados. Eles podem ter diferentes quantidades de acúmulo de material orgânico, ser rasos ou profundos, homogêneos ou apresentar diferentes camadas.
O intemperismo é o conjunto de modificações de ordem química, física e biológica que as rochas sofrem ao aflorar na camada superficial da crosta terrestre. A rocha alterada e o solo são produtos desse processo natural. Eles também podem ser afetados pela erosão, transporte e sedimentação, causando um fenômeno conhecido como denudação continental (aplainamento do relevo).
Já a pedogênese é um processo que dá origem ao solo capaz de abrigar vida. Nele, além das mudanças na composição química e mineralógica do intemperismo, ocorrem alterações estruturais que reorganizam e facilitam as transferências de minerais. Este processo é fundamental para o desenvolvimento de organismos vivos no solo.
O intemperismo e a pedogênese levam à criação de um perfil de alteração, também chamado de perfil do solo. Este é composto por camadas, que começam com a rocha-matriz na base. Em seguida, encontra-se o saprolito e o solum (horizontes de transição), que juntos constituem o manto de alteração ou regolito. À medida que se distancia da rocha parental, os materiais do perfil apresentam diferenciações em termos de composição, estrutura e textura.
O intemperismo e a pedogênese variam conforme o clima e relevo em diferentes regiões do mundo. Isso resulta em perfis com horizontes de estruturas e composições distintas entre eles.
Os horizontes são divididos em:
Os horizontes mais próximos da superfície têm uma cor mais escura devido à maior quantidade de matéria orgânica. Já os horizontes mais profundos são mais claros e com baixo teor de mudanças em relação à rocha-mãe. Em regiões tropicais (com solo argiloso), eles apresentam uma tonalidade vermelho-amarelada devido à presença de argilominerais e oxi-hidróxidos de ferro e alumínio.
Os solos podem ser classificados em três grupos principais conforme a sua formação: residuais, sedimentares e orgânicos.
Os residuais permanecem no mesmo local da rocha de origem (rocha-mãe), apresentando uma transição gradual da camada superficial até a rocha. Para que os residuais se formem, a rocha precisa se decompor mais rápido do que é removida pelos agentes externos. Além disso, os solos residuais são divididos em camadas com graus de intemperismo decrescentes. São eles: residual maduro, saprolito e rocha alterada.
Já os sedimentares ou transportados são os que sofrem a ação de agentes transportadores, podendo ser aluvionares, eólicos ou glaciares.
Por fim, existem os solos orgânicos, que se originam da decomposição de materiais orgânicos, como plantas e animais. Em algumas formações de solos orgânicos, há uma concentração significativa de folhas e caules em decomposição, resultando em turfas (matéria orgânica combustível).
Os solos também podem ser classificados de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Ele se propõe a ser um sistema hierárquico de classificação e consolidar a sistematização taxonômica que expresse o conhecimento para a discriminação de classes de solos identificadas no País. Sendo assim, esse sistema os divide em treze categorias distintas:
No Brasil, há o predomínio de três tipos: os latossolos, argissolos e neossolos, que abrangem cerca de 70% do território nacional. Os latossolos e argissolos ocupam aproximadamente 58% da área e são solos mais profundos, altamente intemperizados, ácidos e de baixa fertilidade natural.
Em certos casos, também ocorrem solos de média a alta fertilidade, em geral pouco profundos em decorrência de seu baixo grau de intemperismo. Estes se enquadram principalmente nas classes dos neossolos, luvissolos, planossolos, nitossolos, chernossolos e cambissolos.
A expressão “uso do solo” está relacionada com a forma de ocupação e utilização do solo pelo ser humano. Ou seja, a expressão pode ser utilizada para definir as mudanças que ocorrem durante o preparo do solo para o uso humano.
Até 1970, a tecnologia permitia que fossem feitas apenas interpretações sobre a cobertura do material. Somente em 1971, quando a Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CNAE) foi transformada em Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que foram obtidas as condições necessárias para que estudos sobre as reais condições do país avançassem (em termos de uso e ocupação do solo).
Cada vez mais a demanda por estudos nessa área tem aumentado, resultando em informações a respeito das mudanças no uso do material. Essas informações nos permitem verificar a interferência da atividade humana sobre diversos ambientes naturais. Em 1979 ocorreu a aprovação de projeto de Lei n° 6.766 em âmbito federal, que determina que cada Estado e Município podem estabelecer as suas próprias regras de uso e ocupação do solo, de acordo com as peculiaridades locais e regionais.
Existem diversas categorias entre os usos, contudo, os cinco usos mais comuns são:
O solo é o recurso mais importante de um país, já que ele fornece os recursos necessários para alimentar suas populações. No entanto, diversas atividades antrópicas têm provocado sua erosão e contaminação, gerando diversos prejuízos. Por isso, é importante que haja políticas públicas que preservem esse recurso e planejem seu uso consciente e sustentável.
Esse recurso também possui a função de armazenar carbono. No entanto, um estudo mostrou que o armazenamento de carbono está diminuindo fortemente à medida que as temperaturas médias do planeta aumentam, contribuindo para a intensificação das mudanças climáticas.
Por outro lado, um outro estudo da Cornell University, Ohio State University, Technical University of Munich e Connecticut Agricultural Experiment Station revelou que a umidade do solo pode ser a chave para manter carbono armazenado no solo e mitigar os efeitos nocivos das mudanças climáticas.
Isso significa que manter biomas como a Mata Atlântica e a Amazônia, que possuem densidade vegetal significativa e aumenta a umidade local, pode ser uma alternativa de captura de carbono no solo pelos microrganismos decompositores. Saiba mais na matéria:
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais