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O Aedes aegypti contra a dengue: pesquisadores tentam usar bactérias do próprio mosquito em ação antiviral

Imagem: Fapesp 

A dengue chegou à América do Sul durante o período colonial (através dos navios negreiros) e até hoje é um problema sem solução. Tudo o que podemos fazer é nos prevenir, mas isso nem sempre funciona, não é?!

Um grupo de pesquisadores busca compreender a complexa relação entre o microbioma (ou microbiotas – conjunto de micro-organismos) intestinal e a resposta imunológica do mosquito ao vírus da dengue – isso poderá ser, no futuro, uma possível forma de inibir a contaminação da dengue.

É na Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu, que se desenrola a pesquisa coordenada pelo pesquisador Jayme de Souza-Neto. Ele explica que antes do vírus poder ser transmitido do mosquito para o ser humano, ele se hospeda no intestino do Aedes aegypti e se replica; a partir daí ele ultrapassa os mecanismos de defesa do organismo do inseto para poder seguir até as glândulas salivares do mosquito, que poderá contaminar humanos. Os experimentos do grupo de pesquisa estão sendo feitos justamente para entender como se dão os mecanismos de defesa internos do inseto.

A ativação de genes que codificam proteínas com ação antiviral é um importante mecanismo de defesa do organismo do Aedes, como também a microbiota intestinal (que contém bactérias variadas dependendo da região em que o mosquito cresce), a qual ainda se desconhece sua forma de atuação no sistema imunológico. Ou seja, esses são fatores que podem fazer o mosquito não se contaminar com o vírus da dengue e, consequentemente, não transmitir a doença para humanos.

Feito um teste com Aedes de diferentes lugares do Brasil (Botucatu-SP e Neópolis-SE) verificou-se que a taxa de infecção era bem distinta em cada região, já que os insetos possuíam microbiomas diferentes (existem diversas classes e gêneros de microbiomas, podendo haver mais de um tipo no intestino). Foi através desse experimento que os pesquisadores puderam reforçar a hipótese de que as bactérias participam desse sistema imunológico contra a dengue dentro do intestino do mosquito.

Depois de todos esses experimentos e descobertas, o grupo agora segue avaliando duas estratégias possíveis:

1. Tentar separar os genes que são ativados pela infecção de maneira independente da microbiota daqueles que sofrem interferência das bactérias intestinais. Se isso for possível, será viável cultivar grandes populações de Aedes aegypti com predominância dessa bactéria intestinal que inibe a ação do vírus;

2. Encontrar um gene-chave para tornar o inseto resistente à infecção.

Na avaliação de Souza-Neto as duas estratégias são complementares, assim como todas as outras medidas para controle do vetor, entre elas a eliminação de criadouros.

Fonte: Fapesp

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