As lâmpadas fluorescentes compactas (que têm soquete) ganham cada vez mais espaço em residências devido os fatores ambientais e econômicos. No entanto, elas apresentam mercúrio em sua composição, representando um risco à saúde e ao meio ambiente. As novas lâmpadas LED podem ser uma alternativa mais eficiente e sustentável, mas para torná-las ainda mais “verdes”, uma empresa de Porto Alegre teve a ideia de reaproveitar lâmpadas fluorescentes para produzir os modelos LED.
O projeto da Radak Sul – Kiszewski & Manara Ltda consiste em reaproveitar os componentes eletrônicos (soquetes) das lâmpadas fluorescentes compactas e transformá-los em reatores para lâmpadas LED. Cerca de 80% dos materiais eletrônicos do reator fluorescente podem ser usados novamente na composição de uma lâmpada LED.
A intenção não é descontaminar ou reutilizar o bulbo da lâmpada fluorescente (parte de vidro esbranquiçada), mas fazer um trabalho complementar. “O vapor de mercúrio está no interior do bulbo da lâmpada. Existem as empresas que fazem a reciclagem ou descontaminação química dessa parte. Elas recuperam o mercúrio, fosfato entre outros elementos.Nosso projeto complementa esse trabalho, pois reciclamos e reutilizamos os componentes eletrônicos e estrutura física (soquete) da lâmpada. Normalmente esse material eletrônico fica sucateado ou subutilizado sem um fim adequado”, explica Fernando Kiszewski, engenheiro responsável da empresa. Ou seja, a empresa não faz um novo bulbo LED a partir da fluorescente; ela reaproveita o soquete da fluorescente para reutilizá-lo com o bulbo de um modelo LED.
Para o desenvolvedor do projeto, é plenamente possível que a iniciativa tenha respaldo em nível industrial, o que representaria benefício para o consumidor. “Se houver interesse e disposição para o ajuste necessário que permita aos fabricantes incluírem em seu processo produtivo a possibilidade de produzir lâmpadas LED recicladas, será um grande avanço e todos ganharão. Teremos lâmpadas mais baratas e com tecnologia de ponta. Nosso projeto é inovador nesse sentido e acreditamos na viabilização desse processo em escala industrial”, atesta.
A iniciativa do engenheiro começou devido à conscientização sobre o problema do lixo eletrônico, em 2008. “O lixo da iluminação passa a ser um dos mais preocupantes devido à questão tóxica do resíduo e pelo subaproveitamento dos materiais eletrônicos envolvidos. Após estudarmos questões técnicas e termos obtido bons resultados com os primeiros protótipos, fizemos os registros legais e iniciamos a divulgação da proposta” afirma Fernando.
A Radak Sul já produziu protótipos para três tipos de lâmpadas LED: as coloridas, as de iluminação de emergência e as de utilização utilitária. Esses tipos de lâmpadas economizam energia, trazem poucos riscos ambientais e para o contato humano. Com a iniciativa gaúcha, os custos e os materiais para a produção das LED cairiam sensivelmente, de acordo com seu autor.
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