Principal problema é tecnologia de armazenamento de eletricidade das baterias do avião
Uma startup ambiciosa está tentando colocar aviões de passageiros abastecidos por eletricidade no ar dentro da próxima década. Ou, talvez de forma mais realista, nos próximos 20 anos – dependendo dos avanços da tecnologia da bateria.
A Wright Electric, uma nova empresa fabricante de aeronaves com base em Massachusetts, nos EUA, apresentou sua ideia de um avião de 150 lugares sem combustível em uma convenção, no Vale do Silício, na Califórnia, como parte da mostra bianual de uma incubadora de novas startups.
A empresa espera angariar seu mercado nos vôos de curta distância, como de Londres para Paris ou de Boston para Nova Iorque, e anunciou uma possível parceria com uma grande companhia aérea famosa por disponibilizar passagens por preços mais em conta.
Wright Electric diz que 30% dos vôos existentes no mundo são de distâncias menores que 480 quilômetros – ou seja, são curtas e se encaixariam em rotas para voos em aviões elétricos.
Falta muito?
Para o projeto sair do papel, o design do avião não será problema, até porque não há grandes novidades nessa área com relação aos modelos tradicionais. A tecnologia de bateria que vai alimentar o avião que precisa se aperfeiçoar bastante na próxima década. A companhia também estuda a possibilidade de usar um motor elétrico híbrido como alternativa, caso os avanços de armazenamento da bateria elétrica não continuem no ritmo apresentado nos últimos anos.
Algumas figuras importantes do setor são céticas com relação aos planos da empresa. Graham Warwick, especialista em aviação da Aviation Weekly, disse à BBC: “A tecnologia da bateria ainda não chegou [para essa finalidade]”. “É projetada para vir, mas ela precisa de uma melhoria significativa”, acrescentou. “Ninguém acha que isso vai acontecer em breve, e existe toda a certificação [de segurança] – essas regras ainda não foram criadas e isso leva tempo”.
No entanto, a empresa continua otimista, e tem trabalhado com o piloto e inventor estadunidense Chip Yates, que registrou o maior voo elétrico até o momento – cerca de 1,6 mil quilômetros.