Controlar umidade de indústrias e minimizar permanência de óleo em vazamentos são algumas funções do material que levou muitos anos para ser produzido. Mais estudos ainda estão sendo realizados
O carbonato de magnésio, composto químico insolúvel em água, de cor branca e fórmula MgCO3, é utilizado na indústria atual para produzir diversos itens, como giz de lousa, laxante, antiácido e fios elásticos. Esse material existe apenas de forma ordenada na natureza e, por muitos anos, cientistas do mundo inteiro tentavam recriar em laboratório a sua forma desordenada. Por acidente, pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, conseguiram.
Quando saiu de folga para o fim de semana, a equipe esqueceu um material que estava em teste em uma câmara de reação do laboratório e, ao voltar ao trabalho, na segunda-feira, percebeu que um gel rígido tinha se formado. Os pesquisadores secaram esse gel e verificaram que tinham conseguido criar o material que antes era considerado “impossível”. O ano seguinte, até a publicação, foi de análise detalhada de materiais e de ajustes finos. Um dos pesquisadores teve até que contribuir com seus conhecimentos em língua russa, já que muitas informações usadas durante esse ano de estudo foram encontradas apenas em antigas teses russas de PhD.
Apelidado por Upsalita, o material tem uma área de superfície de uma grandeza incrível: 800 m² por grama. Isso lhe confere um alto poder de absorção e retenção de água, já que sua superfície, extremamente densa, apresenta inúmeros poros vazios. Cada poro tem diâmetro menor que dez nanômetros, o que permite ao material uma grande interação com o ambiente.