Surto é o quadro inicial de disseminação de uma doença. Entenda a diferença entre surto, epidemia e pandemia
Surto é um quadro de disseminação de uma doença que ocorre quando há um aumento inesperado no número de infectados em uma determinada região específica. Ou seja, o termo é usado para indicar o crescimento na quantidade de casos de uma doença em locais específicos, geralmente bairros ou cidades, em diversas partes do mundo.
O termo epidemia é usado quando se registram casos de surtos em várias regiões. Uma epidemia municipal ocorre quando diversos bairros apresentam certa doença, como a gripe, por exemplo. Se diversas cidades forem atingidas, trata-se de uma epidemia estadual.
Também há epidemias nacionais, em que há casos de uma mesma doença em diferentes regiões do país. A dengue é uma doença que já atingiu a classificação de epidemia em mais de uma ocasião. Afinal, se espalhou por diversos locais e regiões do Brasil e afetando a saúde pública.
Existem, também, endemias — quando uma doença tem recorrência em uma região, mas sem aumentos significativos no número de casos, como é o caso da doença endêmica malária.
Exemplos de doenças que começaram sendo surtos
O surto é o quadro inicial da disseminação de uma doença. A Covid-19, por exemplo, foi descrita inicialmente com esse termo pela Organização Mundial da Saúde. Após sua expansão para várias cidades da China, passou a ser considerada uma epidemia. Já o título de pandemia é consolidado quando a doença atinge níveis mundiais.
Em 2017, o repentino aumento de casos de febre amarela em Minas Gerais foi considerado como surto. O boletim divulgado pelo estado em 2018 confirmou 61 mortes entre os 164 casos registrados no ano anterior. Evitar a aglomeração de pessoas em épocas de surtos de doenças transmissíveis. Principalmente aquelas que passam pelo contato físico, e reforçar a vacinação (quando existente) são formas de prevenir o contágio e a disseminação.
Queda na vacinação e novos surtos
Segundo a Unicef, desde 2016, tem-se observado um grande retrocesso nas taxas de vacinação globais. Por conta disso, o risco de surgirem novos surtos de doenças é considerado grande, ainda que sejam de doenças para as quais já existam vacinas contra.Em 1994, o Brasil foi certificado como uma área livre de circulação do poliovírus (PVS) pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Porém, apesar da existência do Programa Nacional de Imunização (PNI), observa-se uma queda na cobertura vacinal para a poliomielite. O vírus causador dessa doença é transmitido por via fecal-oral e pode prejudicar de forma grave o sistema nervoso, principalmente de crianças menores de cinco anos. A vacina é a melhor maneira de evitar o surgimento de novos surtos da doença.
Como identificar um surto?
A ocorrência de um surto pode ser identificada de diversas maneiras. Entre elas, destacam-se:
- Informação procedente da imprensa;
- Informação procedente da comunidade;
- Notificação por profissionais de saúde que percebem em sua rotina uma elevação do número de casos de uma doença ou de sua gravidade;
- Análise de rotina de dados de vigilância epidemiológica. Tais dados podem ser obtidos de diversas formas. Incluindo a notificação compulsória de doenças, inquéritos ou busca ativa em uma investigação, assim como a detecção laboratorial.
A detecção dessa situação exige a adoção de medidas oportunas para o seu controle e prevenção da ocorrência de novos casos. A maior parte dos surtos é de etiologia infecciosa e transmissível e muitas vezes representam razões para a realização de investigação sistemática com vistas à identificação da fonte de infecção e adoção das medidas de controle.
Segundo o Ministério da Saúde, a correta descrição do problema, considerando a delimitação da extensão geográfica e o entendimento sobre a população afetada, pode auxiliar na conclusão sobre as possíveis fontes ou causas do agravo, fornecendo mais subsídios para as tomadas de decisão da área médica e científica.
Como prevenir um surto?
Faz parte da prevenção contra os efeitos de um surto ter sistemas de vigilância que detectem rapidamente os casos desde o início. Além de laboratórios equipados para identificar as causas de novas doenças, e dispor de uma equipe habilitada para conter o surto. Assim, evitando novos casos, e ter sistemas de gerenciamento de crise, para coordenar a resposta.
Por fim, há estudos que comprovam que as doenças transmitidas de animais para seres humanos estão em ascensão e pioram à medida que habitats selvagens são destruídos pela atividade humana.
Cientistas sugerem que habitats degradados podem incitar e diversificar doenças, já que os patógenos se espalham facilmente para rebanhos e seres humanos. Isso aumenta a necessidade de preparo para futuros surtos. Além de levantar o alerta com relação ao comportamento predatório da humanidade para com o restante do planeta.