Tatuagens eletrônicas: o que são e como funcionam

Compartilhar

Apesar de seu nome, as tatuagens eletrônicas não são nada parecidas com as tatuagens convencionais. Ao ouvir o termo, é possível confundi-las com algo de um filme de ficção científica, porém, são dispositivos utilizados na medicina moderna para desenvolver diversas funções.

Sem agulhas ou tinta, a tatuagem eletrônica pode ser feita a partir de um pedaço fino de borracha que contém circuitos de componentes eletrônicos flexíveis, são capazes de gerar sua própria carga elétrica. Quando colado na pele, o dispositivo pode monitorar sinais vitais e outras funções do corpo humano, como a pressão sanguínea e os níveis de hidratação do indivíduo.

Diferentemente das tatuagens convencionais, as tatuagens eletrônicas também não são permanentes. Os sistemas eletrônicos epidérmicos, que são essencialmente adesivos, se adaptam à textura da pele, grudando firmemente no local de modo flexível e confortável, o que possibilita o seu uso por dias. 

Muitas tatuagens eletrônicas também não exigem carregadores e podem medir sinais vitais 24 horas por dia. A tecnologia é capaz de monitorar e possivelmente diagnosticar condições de saúde severas, como arritmia, distúrbios do sono e atividades cerebrais de um modo menos invasivo que técnicas anteriores.

Além disso, quando necessário, os dispositivos podem enviar informações e alertas aos sistemas médicos em situações de perigo do paciente. 

Xenobots: robôs “vivos” já se reproduzem

Tipos de tatuagens eletrônicas

Embora soe como algo futurístico, as tatuagens eletrônicas já existem e possuem diversas funções e tipos com objetivos diferentes. Conheça alguns desses dispositivos: 

Monitorador de glicose

As tatuagens eletrônicas medidoras de glicose foram criadas na Universidade da Califórnia San Diego e são compostas de dois eletrodos impressos em um papel de tatuagem temporária. Esses eletrodos são responsáveis pela aplicação de uma pequena corrente elétrica que força as moléculas de glicose que ficam abaixo da pele a subir à superfície, permitindo a medição do açúcar no sangue.

A mesma universidade também criou um outro dispositivo similar, que além da glicose, também é capaz de medir os níveis de álcool e lactato do organismo. 

MC10

O MC10 é um aparelho à prova de água e de silicone similar a um esparadrapo, mas que quando gruda na pele, serve como um monitorador de movimento, desempenho muscular ou atividade cardíaca do indivíduo. Diferentemente de outros tipos de tatuagens eletrônicas, o MC10 possui uma pequena bateria e conexão Bluetooth

Tatuagem eletrônica à base de grafeno

Criada na Universidade do Texas, essas tatuagens são quase transparentes e possuem as propriedades eletrônicas do grafeno em sua composição, que possibilita um uso biométrico, como a monitoração de atividade cerebral, do coração e dos músculos. Além de sua praticidade e quase invisibilidade, a tatuagem eletrônica à base grafeno pode ser usada durante dias e removida facilmente com ajuda de uma fita adesiva.

Tatuagens digitais que mudam de cor

A tecnologia foi criada por pesquisadores de Harvard em conjunto com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em um projeto chamado “Dermal Abyss” — ou “Abismo Dérmico” na tradução livre. Ele consiste de tintas biossensíveis que mudam de cor paralelamente às mudanças do corpo, como alteração do pH da pele e níveis de sódio e glicose. 

Imagem de  ThisisEngineering RAEng no Unsplash

Futuro da medicina

Especialistas da área acreditam que novas descobertas e avanços da medicina moderna podem possibilitar o uso das tatuagens eletrônicas como parte da medicina convencional. Além de exercer as mesmas funções que foram programadas para fazer, cientistas acreditam que as possibilidades de funcionalidade dessas tecnologias são infinitas. 

Uma matéria publicada no site Delta Impact, por exemplo, discute os futuros usos dos dispositivos como um modo de melhorar a funcionalidade dos membros protéticos. 

Júlia Assef

Jornalista formada pela PUC-SP, vegetariana e fã do Elton John. Curiosa do mundo da moda e do meio ambiente.

Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.

Saiba mais