um relatório do site Yard divulgou uma lista de celebridades com as piores emissões de CO2 derivadas de seus jatos particulares. Contendo nomes como Taylor Swift, Jay-Z e Blake Shelton, a lista criou uma enorme discussão nas redes sociais, onde o público se dividiu entre incriminar e defender os artistas.
Desde a repercussão, a assessoria de imprensa de Taylor Swift se pronunciou sobre o caso, dizendo que atribuir a emissão de mais de 8 milhões de toneladas de carbono somente à cantora seria “flagrantemente incorreto”, uma vez que ela empresta regularmente sua aeronave a outros indivíduos. Swift estava em primeiro lugar na lista de dez celebridades, que relatava que a compositora teria usado o seu jato particular mais de 100 vezes de janeiro até julho deste ano.
A divulgação do documento não foi aleatória. Semanas antes, no dia 15 de julho, o público começou a especular sobre o assunto quando a influencer Kylie Jenner postou uma imagem de seu jato particular ao lado do de seu namorado, o rapper Travis Scott. Com a legenda “você quer pegar o meu ou o seu?” ao se referir às aeronaves, a celebridade foi alvo de ataques e chamada de “criminosa ambiental”.
Em meio à polêmica, o público decidiu ir mais a fundo no histórico de viagens particulares da estrela. Assim, foi descoberto que a influencer utiliza seu jato majoritariamente para voos curtos, como de apenas três minutos — o que equivale a uma viagem de aproximadamente 40 minutos de carro.
Embora não esteja na lista oficial do Yard, o namorado de Kylie está. O rapper Travis Scott está em décimo na lista de dez nomes, acumulando 3.033,3 toneladas de CO2 apenas este ano — com viagens em média de 11 quilômetros.
Lista completa:
Os dados da pesquisa foram baseados na conta @CelebJets no Twitter, que por sua vez reúne seus dados do site ADS-B Exchange.
A aviação é responsável por cerca de 2,4% de todas as emissões de carbono produzidas pelo ser humano. Dentro dessa estatística, acredita-se que os jatos particulares são mais responsáveis por essas emissões do que voos comerciais. Em comparação, jatos particulares são de 5 a 14 vezes mais poluentes que os aviões comerciais.
Em contrapartida, um termo foi criado para as pessoas que possuem vergonha de viajar de avião por conta de suas emissões — flygskam. Criado na Suécia, o termo encoraja as pessoas a pararem de voar para diminuir as emissões de carbono. Algumas figuras públicas, como a ativista Greta Thunberg e sua mãe, a cantora de ópera Malena Ernman adotaram essas mudanças, preferindo viajar de barco ou trem.
Assim, foi criado um paralelo entre ações particulares e em massa. Enquanto muitos defensores das celebridades apontam que ações “pequenas”, como parar de usar jatos particulares, não contribuem para diminuir o estrago ambiental feito por grandes corporações, algumas pesquisas defendem a ideia de que é impossível parar o aquecimento global sem uma guerra entre classes.
Um relatório da Oxfam, por exemplo, indica que as emissões de carbono dos 1% mais ricos dobram as emissões da metade mais pobre da humanidade. Desse modo, é possível dizer que ações das celebridades não são exatamente “particulares” — uma vez que o capital investido em seus atos é maior.
É impossível atribuir a culpa da destruição do planeta apenas a uma pessoa, como a própria Taylor Swift, sem ao menos mencionar grandes corporações que também contribuem para esse efeito. Porém, é possível demandar que parte desse 1% tome responsabilidade por suas ações, fazendo o necessário para ajudar o resto da população com seus atos em pró ao meio ambiente.
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