Nova forma contraceptiva pode ser uma alternativa ao preservativo masculino
Como você se desfaz da sua camisinha? O mais comum é jogá-la no lixo ou em certos casos há quem até a dispense no vaso sanitário. Mas o látex, material mais usado na fabricação de preservativos, mesmo sendo biodegradável, demora até 20 anos para se decompor na natureza e pode entupir tubulações, gerando desperdício de água em domicílios ou mesmo causar problemas à fauna marinha ou fluvial.
Uma solução para esse problema foi apresentada por um time de pesquisadores da Universidade de Washington: o tecido eletricamente dilatado. A ideia, segundo a pesquisadora Kim Woodrow, era criar “um produto que as mulheres pudessem usar para se proteger do HIV e da gravidez indesejada”.
O produto é feito com fibras nanométricas, criadas por pequenas correntes elétricas a partir de um fluido e que se dissolvem após o uso. De uma maneira simples e resumida, o estudo começou com a mistura de polímeros e drogas para o tratamento contra o vírus HIV. A solução criada com a mistura de ambos, ao entrar em contato com uma corrente elétrica, forma pequenas fibras que se colam ao entrar em contato com uma superfície.
É formada assim uma proteção física contra doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez. Estudos mostram que alguns dos materiais utilizados durante a pesquisa podem se dissolver em minutos, enquanto outros podem levar semanas. Além disso, a fibra pode ser composta não apenas de drogas para o tratamento de AIDS, mas também de anticoncepcionais.
Mas os próprios pesquisadores ainda não têm certeza do sucesso do produto no mercado. A ideia inicial, dado o baixo custo do novo preservativo, é utilizar os preservativos em países pobres da África, onde os altos preços fazem com que as camisinhas sejam reutilizadas. Mas ainda assim, segundo a pesquisadora Emily Krogstad, “na hora do sexo, as pessoas vão realmente usá-lo (preservativo)? Dependendo da cultura e das preferências de cada pessoa, pode haver escolhas diferentes entre as tecnologias utilizadas”.