Por Nações Unidas News | Para alcançar boa saúde, mais energia, pele saudável e perder peso é recomendado beber muita água. Muitas dessas recomendações são baseadas em estudos epidemiológicos, experimentos ou questionários.
A quantidade de água, que se deve ingerir, varia de acordo com cada pesquisa. Mas um novo estudo que utiliza técnica nuclear esclarece qual a quantidade de água que realmente precisa ser consumida por dia.
Unicef/Prinsloo
O trabalho foi desenvolvido por uma equipe internacional de pesquisadores e publicado na revista Science. Eles analisaram a rotatividade de água, que significa a quantidade utilizada pelo corpo a cada dia. Embora estejam ligados, essa rotatividade não é igual às necessidades de água do corpo, porque também absorvemos água do ar através de nossa pele e dos alimentos que ingerimos.
Usando o banco de dados de Água Duplamente Marcada da Aiea, os pesquisadores examinaram dados sobre o conteúdo de água corporal e a renovação metabólica de 5.604 homens e mulheres, com idades entre oito dias e 96 anos, de 23 países em desenvolvimento e países desenvolvidos.
Os dados foram usados para desenvolver uma equação geral para prever o volume de água que pode ser usado e assim antecipar os efeitos de futuras mudanças no clima e na demografia populacional, por exemplo, e ajudar os países a antecipar suas futuras necessidades de água.
A especialista em nutrição da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, explica que não é tão simples dizer que todas as pessoas devem beber dois litros de água por dia. Para Alexia Alford, que também é coautora do artigo, há muitos fatores envolvidos, e essa recomendação, especialmente em países onde a produção de água potável é cara, não se justifica por requisitos de saúde.
O estudo descobriu que as diretrizes e recomendações anteriores podem ser muito altas para a maioria das pessoas na maioria das situações e um valor diário realista pode ser tão baixo quanto 1.5 litros para homens jovens e 1.3 litros para mulheres jovens, e varia de acordo com muitos fatores.
© Unicef/Shehzad Noorani
Outra descoberta foi a existência de muitos indicadores associados à rotatividade de água que vão além da idade, tamanho e composição corporal. O estado atlético, nível de atividade física, fatores socioeconômicos e ambientais também influenciam.
Alexia Alford afirma que “uma política única para ingestão de água não é apoiada por esses dados”. Ela ressalta que a estimativa da rotatividade de água usando essas novas equações pode não apenas ajudar a projetar estratégias para beber quantidades adequadas de água, mas também “projetar necessidades futuras de água, algo crucial com o aumento da população e as mudanças climáticas”.
O banco de dados contém dados de mais de 8,3 mil pessoas, é gratuito e acessível a pesquisadores com questões de pesquisa claras e definidas, aprovadas pelo grupo gestor da base de dados.
Embora a maioria dos dados venha de estudos realizados em países ocidentais, a Aiea está procurando expandir ainda mais o conjunto de dados e este ano iniciou um projeto de pesquisa coordenado para adicionar dados da Ásia, África e América Latina.
Este texto foi originalmente publicado pela Nações Unidas News de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais