Tecnologia LIBS para medir carbono no solo recebe certificação internacional

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Por Embrapa | Utilizada pela NASA (Agência Espacial Norte Americana) nos robôs para exploração de informações do solo em Marte, a técnica LIBS (Laser Induced Breakdown Spectroscopy ou Espectroscopia de emissão óptica com plasma induzido por laser) acaba de receber mais um reconhecimento internacional, com impacto direto para os agricultores brasileiros.

A Embrapa Instrumentação e a empresa Agrorobótica (ambas localizadas em São Carlos – SP), que desde 2016 mantêm um convênio de cooperação técnica para o uso da tecnologia na avaliação dos solos tropicais, participaram de uma consulta pública com a Verra – referência mundial em certificação de créditos de carbono – que fez uma revisão em toda a metodologia de certificação.

Quatro tecnologias emergentes foram aprovadas pela certificadora, que garante a origem dos créditos de carbono no mercado voluntário, por meio de uma plataforma de registro global que faz a custódia dos créditos. A Verra criou os Voluntary Carbon Standards (VCS), que são referência global na geração das unidades de carbono verificáveis com alto padrão de qualidade.

Medir, reportar e verificar

“A escolha da técnica LIBS, junto com o Espalhamento inelástico de nêutrons (INS), MIR (Espectroscopia no infravermelho médio) e VIS-NIR (Espectroscopia na região do visível e infravermelho próximo), do ponto de vista científico, referenda o trabalho que temos desenvolvido há quase duas décadas e que resultou, em 2018, no lançamento da tecnologia AGLIBS, durante a Agrishow, em Ribeirão Preto, cuja patente dividimos com a Agrorobótica”, explica a pesquisadora Débora Milori, da Embrapa Instrumentação.

“Essa inovação tecnológica permitiu a mensuração em larga escala do carbono dos solos (C), textura (teores de areia, silte e argila) e pH de forma rápida, econômica e precisa, sem gerar resíduos. Além disso, a certificação internacional também pode impulsionar a adoção da tecnologia em novos projetos em um dos grandes temas de pesquisa corporativos, o carbono”, acrescenta a também coordenadora do Laboratório Nacional de Agrofotônica (Lanaf).

“Nosso objetivo é resolver um dos principais problemas para elaboração de projetos de crédito de carbono na agricultura que é o MRV (medir, reportar, verificar) do carbono estocado no solo, de uma forma viável economicamente”, comenta Aida Magalhães, CTO da Agrorobótica, que foi pós-doutoranda com Débora Milori na Embrapa.

Mercado bilionário

E foi justamente para atender à demanda global de crédito de carbono da agricultura brasileira que a Agrorobótica lançou, em 2022, a plataforma de IA AGLIBS, que permite certificar o carbono das áreas agrícolas através da quantificação dos estoques de carbono orgânico do solo, resultantes da adoção de práticas de manejo sustentáveis da área agrícola.

A plataforma vai permitir ainda, simultaneamente, avaliar a fertilidade do solo e proporcionar recomendações agronômicas sustentáveis com o objetivo da melhorar a produtividade e contribuir para a segurança alimentar. “A geração e comercialização de créditos de carbono em áreas agrícolas brasileiras certificadas internacionalmente deve impactar o País, tanto financeiramente quanto ambientalmente”, avalia Débora Milori.

Para Fábio Angelis, CEO da Agrorobótica, “a aprovação do LIBS na Verra abre uma oportunidade imediata aos agricultores brasileiros para acessar o mercado voluntário global de crédito de carbono que no ano de 2021 fechou com um valor aproximado de US$ 2 bilhões”.

“Além disso, abre a oportunidade para o Brasil se consolidar como o maior mercado mundial de crédito de carbono até 2030, com uma movimentação prevista de mais de US$ 100 bilhões, com a tecnologia Embrapa auxiliando na certificação desse mercado de carbono”, finaliza Angelis.

Edilson Fragalle (MTB 21.837/SP)
Embrapa Instrumentação

Contatos para a imprensa
instrumentacao.imprensa@embrapa.br
Telefone: (16) 2107-2807

Este texto foi originalmente publicado por Embrapa de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.

Equipe eCycle

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