Tempestade geomagnética: o que é e seus impactos

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Tempestade geomagnética, também chamada de tempestade solar, pode ser entendida como uma explosão de partículas eletricamente carregadas da superfície do Sol. Partícula que interagem com o campo magnético terrestre. As atividades que ocorrem no núcleo solar provocam uma produção muito grande de energia por meio da reação de fusão nuclear.

Entre essas atividades estão a ejeção de massa coronal, vento solar e erupções solares. Nesse processo, libera-se prótons e elétrons, que são atraídos e acumulados em campos magnéticos.

A grande concentração dessas partículas causa explosões que podem atingir diversos corpos celestes e afetar o clima espacial. Essas tempestades acontecem com mais frequência em um período conhecido como “máximo solar”. Ele é marcado pelo aumento da atividade magnética do Sol, o que acontece a cada onze anos e causa manchas solares.

Embora esse fenômeno possa ser observado em algumas partes do mundo ocasionalmente, ele é mais comum e frequente em regiões polares. 

Quais as consequências das tempestades geomagnéticas aqui na Terra?

As consequências das tempestades geomagnéticas podem ser desastrosas quando atingem a Terra. Entre elas, pode-se citar:

  • destruição de satélites artificiais;
  • interferência nos serviços de telefonia e comunicações de rádio de alta frequência;
  • queda de sistemas elétricos;
  • danificação de objetos eletrônicos.

Por outro lado, esse evento também proporciona dois espetáculos luminosos: as auroras boreais e austrais.

O que é aurora boreal e como ocorre?

Em 1989, um apagão ocorrido no Canadá teve como justificativa as alterações provocadas no campo magnético da Terra pelas partículas liberadas na tempestade. O evento gerou diversos espetáculos de luzes no céu. Porém, também deixou milhares de pessoas sem eletricidade durante horas e tirou do ar a comunicação via rádio.

Já em setembro de 1859, linhas de telégrafos foram rompidas após a ocorrência de uma tempestade geomagnética. Na ocasião, telegrafistas receberam choques elétricos, e alguns postes produziram faíscas por causa da descarga gerada. 

Nesse episódio, que ficou conhecido como Evento Carrington, a maior tempestade geomagnética do mundo, as auroras polares puderam ser vistas de muitos lugares. Principalmente mais ao sul da Europa e América do Norte, como nos Estados Unidos, em virtude da intensidade dos bombardeamentos solares.

Segundo Enos Picazzio, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, os efeitos das tempestades, hoje, seriam mais graves. Isso em razão da dependência que temos de dados que circulam por instrumentos relacionados com o funcionamento dos satélites. Além disso, várias cidades ficariam sem energia, provocando um prejuízo de bilhões de dólares.

Perigos da radiação da tempestade geomagnética

Imagem de Jonathan Borba no Unsplash

As partículas energéticas liberadas pelas tempestades geomagnéticas podem ser prejudiciais aos seres humanos. De fato, podem ser tão prejudiciais quanto a radiação das explosões nucleares. Além disso, também podem afetar o sistema solar em geral. 

Em geral, a atmosfera e a magnetosfera terrestres permitem uma proteção adequada dentro de seus limites. No entanto, astronautas no espaço estão sujeitos a doses potencialmente letais de radiação. A penetração de partículas de alta energia em seres vivos também pode causar danos aos cromossomos, câncer e outros problemas de saúde.

Monitoramento da tempestade geomagnética

Existem inúmeros equipamentos para medir as variações do campo geomagnético. Isso porque o monitoramento e as transmissões de alertas geofísicos são extremamente importantes. Principalmente para que providências possam ser tomadas com antecedência contra os efeitos nocivos das tempestades geomagnéticas. Assim, uma das principais organizações responsáveis por monitorar esse fenômeno é a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos.

Um aviso antecipado de ejeções de massa coronal solar (CMES) permite que as distribuidoras de rede elétrica evitem danos em suas redes. Além disso, permite que satélites, naves espaciais e astronautas possam ser protegidos. Magnetômetros podem ser instrumentos práticos e versáteis para realizar medidas de campos magnéticos.

Sensores investigam continuamente porções do espectro de energia solar para monitorar os seus níveis e indicações de eventos significativos. Uma importante ferramenta de controle que pode ser citada é o satélite Soho, que atua entre a superfície da Terra e o Sol. Ele detecta informações a respeito de explosões na superfície solar, avisando com antecedência a chegada de tempestades radioativas ao planeta.

Julia Azevedo

Sou graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e apaixonada por temas relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade, energia, empreendedorismo e inovação.

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