Na era dos smartphones, a associação entre tempo de tela e adolescentes fica cada vez mais clara
O tempo de tela e adolescentes são conceitos difíceis de se desprender, uma vez que os adolescentes passam cada vez mais tempo grudados aos celulares. Porém, estudos questionam se essa prática tem efeitos negativos na saúde mental e física desses indivíduos.
Além das lesões musculares causadas em usuários de smartphones, as preocupações entram na linha de doenças psicossomáticas quando os adolescentes excedem duas horas de tempo de tela. Seja celular, tablet, videogame ou televisão, especialistas sugerem que esses aparelhos podem oferecer riscos à saúde de crianças e adolescentes quando usados mais de duas horas por dia.
Entre os sintomas reportados por adolescentes estão irritabilidade, dificuldade de dormir, sentimentos de tristeza, dores de cabeça, tontura e dores no corpo.
Sinais de tempo de tela excessivo
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, alguns sinais que a criança ou o adolescente passam muito tempo na frente das telas são:
- Impactos na escola e em se concentrar
- Efeitos nos relacionamentos familiares e amigáveis
- Mudanças de comportamento
- Prioridade da tela acima de qualquer coisa
O que é recomendado
Como já mencionado, para adolescentes, é necessário não exceder duas horas de tempo de tela. Já para crianças, varia de idade. Especialistas sugerem que até 18 meses, o uso de telas deverá ser limitado para falar com algum familiar no telefone, sempre na presença de seus responsáveis. Em tempos de isolamento social, por exemplo, crianças podem ver seus parentes, mas por pouco tempo.
Entre 18 a 24 meses, embora seja ideal não existir um tempo de tela, ele também deverá ser limitado a programas educacionais apenas com a supervisão de algum responsável. De dois anos para cima, apenas uma hora em dias de semana e três horas nos finais de semanas, porém, é necessário incentivar outras atividades.
Pesquisa
Uma pesquisa publicada no Jornal Americano de Medicina Preventiva publicou dados dos sintomas psicossomáticos em relação ao tempo de tela e adolescentes. Foi comprovado que meninos que excedem quatro horas na frente de televisões apresentam 67% mais chances de desenvolver os sintomas, enquanto meninas apresentam 71%.
Em relação aos videogames, exceder quatro horas jogando oferece 78% mais riscos da aparição de sintomas em meninos e 88% em meninas. O tempo de tela no computador é ainda pior, com 84% de chances em meninos e 108% em meninas.
Como evitar
Embora seja difícil separar a relação do tempo de tela e adolescentes, é necessário tentar. Na infância esse controle é mais fácil, principalmente quando hábitos saudáveis como exercícios físicos são introduzidos regularmente. Contudo, adolescentes são mais propensos a entrar em discussões sobre o tempo de tela.
Um estudo conduzido pela Jama Pediatrics informa que jovens têm cerca de oito horas de tempo de tela diariamente. Quando comparado com os resultados da pesquisa publicada no Jornal Americano de Medicina Preventiva, esse resultado é alarmante.
Muitas vezes os adolescentes veem a restrição de seu tempo de tela como uma punição, mesmo quando os possíveis impactos são discutidos. Contudo, o constante monitoramento de suas atividades online também podem criar desavenças e resultar em discussões. Alguns adolescentes também dizem que o monitoramento pode acabar os distanciando dos pais, assim como o controle excessivo.
É importante ter paciência com o adolescente, para que ele entenda o seu lado de um responsável preocupado, e não um controlador. Também é necessário lembrar que o tempo online muitas vezes ajuda os adolescentes a se conectarem com seus amigos, o que também auxilia a saúde mental dos jovens.