O termo “tempo de tela” faz referência ao tempo gasto usando um dispositivo eletrônico, como o celular, computador, televisão ou console de jogos.
Ao longo do tempo e através do frequente desenvolvimento tecnológico, as telas se tornaram cada vez mais presentes no dia a dia humano. Porém, além de facilitar a vida das pessoas e criar conexões, a tecnologia também pode oferecer riscos à saúde física e mental da população.
Com a expansão da tecnologia, cada vez mais efeitos negativos sobre ferramentas como celulares, tablets e computadores são descobertos pela comunidade científica. Uma das maiores preocupações para a população é de como o tempo de tela pode afetar o cérebro humano — em especial, o cérebro em desenvolvimento de crianças e jovens.
Segundo a pesquisa TIC KIDS ONLINE – Brasil (2018), realizada pelo Cetic.br, 86% das crianças e adolescentes brasileiros entre 9 e 17 anos possuem acesso à internet. Isso corresponde a 24,3 milhões de usuários da internet nessa faixa etária.
Portanto, alertar pais e guardiões sobre o uso de telas, além de encorajar a limitação do tempo de exposição de jovens abaixo dos 18 anos a certos conteúdos, é essencial.
Mas, afinal, o que a ciência diz sobre o tempo de tela e seus efeitos no cérebro humano? Segundo Michael Rich, pediatra e diretor do Centro de Mídia e Saúde Infantil do Hospital Infantil de Boston, o problema é como essas ferramentas digitais são utilizadas.
De acordo com Rich, o cérebro humano está constantemente construindo conexões neurais enquanto elimina as menos utilizadas, e o uso da mídia digital desempenha um papel ativo nesse processo. Muito do que acontece nas telas fornece uma estimulação “empobrecida” do cérebro em desenvolvimento em comparação com a realidade.
Além disso, alguns jogos, por exemplo, podem ativar o sistema de recompensa do cérebro.
“Praticamente todos os jogos e mídias sociais funcionam no que é chamado de sistema de recompensa variável, que é exatamente o que você ganha quando vai a [um cassino] e puxa uma alavanca em uma máquina caça-níqueis. Isso equilibra a esperança de que você vai ganhar com um pouco de frustração e, ao contrário das máquinas caça-níqueis, um senso de habilidade necessário para melhorar.”
No entanto, o cérebro de um jovem carece de um sistema de autocontrole totalmente desenvolvido para ajudá-lo a interromper esse tipo de comportamento obsessivo, o que pode trazer riscos à saúde física e mental.
Adicionalmente, uma pesquisa publicada no Journal of the American Medical Association associou o tempo de tela pode ao atraso no desenvolvimento em crianças pequenas. De acordo com os dados, crianças de 1 ano de idade que foram expostas a mais de quatro horas de tela por dia apresentaram atrasos na comunicação e na resolução de problemas aos 2 e 4 anos.
Sem limitações, o tempo de uso de aparelhos eletrônicos pode afetar negativamente a saúde de uma pessoa — independente da idade. Outros riscos associados ao uso sem restrições desses aparelhos incluem:
Para evitar maiores problemas, especialistas recomendam a limitação do tempo de tela. As orientações oferecidas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) envolvem:
Por outro lado, alguns especialistas defendem que nem toda atividade eletrônica deve ser considerada na limitação do tempo de tela. De fato, segundo um artigo publicado no Scientific American, livros digitais podem ser uma ótima ferramenta para leitura, oferecendo oportunidades únicas para as crianças aprenderem e reforçarem competências através de aplicações de alfabetização.
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