Teoria das cores: o que é e como funciona?

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A teoria das cores é uma estrutura criada para que artistas, cientistas e designers consigam organizar e utilizar as cores de uma forma harmoniosa, de modo que cause determinado impacto naqueles que as enxergam. A teoria das cores mostra como a arte vai muito além do estético, podendo ser um tipo de ciência que ajuda a entender como o olho humano enxerga as cores.

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Quem criou a teoria das cores?

A popularização da teoria das cores começou com Sir Isaac Newton. O físico inglês foi o primeiro a usar o chamado “círculo cromático”, uma tabela de cores redonda que auxilia a entender o contraste entre esses elementos, no ano de 1666. Para além de Newton, outros pesquisadores também tinham suas versões do círculo cromático, como Johann Wolfgang von Goethe e o entomologista Moses Harris. O inventor e pintor Leonardo da Vinci também estudou sobre o assunto. 

É possível dizer que apesar de Newton ser pioneiro quando se trata de teoria das cores, diversos outros estudiosos se dedicaram a essa ciência, e contribuíram para a estrutura da teoria que se tem atualmente. Na hora de usar o círculo cromático para montar seus esquemas de cores, fique a vontade para escolher aquele que lhe atende melhor, desde que siga uma sequência lógica de tonalidade. 

O que diz a teoria das cores?

São diversos princípios e conceitos complementares que formam o que se conhece como teoria das cores. Para entender a teoria como um todo é preciso conhecer alguns termos e categorias definidas por Isaac Newton, que entendia as cores como percepções humanas. O estudioso dividia as cores em três grupos diferentes:

Cores primárias: vermelho, azul e amarelo (cores que não são formadas pela mistura de outras);

Cores secundárias: verde, laranja e roxo ( tonalidades que são formadas ao misturar as cores primárias);

Cores terciárias: é toda a cor produzida pela mistura de uma cor secundária e primária.

Quando se fala teoria das cores e círculo cromático, existem dois modelos de mistura de tonalidades que ajudam a entender como funciona a coloração de coisas como telas de computador ou impressões no papel. 

Modelo aditivo: RGB

A sigla RGB significa red, green e blue (que em português se traduz para vermelho, verde e azul). Esse modelo entende as cores como feixe de luz, e estruturaliza a formação de tonalidade a partir da mistura do verde, azul e vermelho. 

Neste caso, quanto mais luz (cor) é adicionada, mais brilhante a mistura fica. Ou seja, ao misturar todas as cores, você conseguirá chegar a luz branca. Os objetos que utilizam o modelo RGB são as televisões e os monitores de computador.

Modelo subtrativo: CMYK 

O modelo subtrativo é usado para a produção de artes impressas. O conceito do CMYK funciona da seguinte forma: quanto mais tinta é adicionada ao papel, mais luz é subtraída, por tanto, mais escuro ele fica. 

Nesse caso a sigla CYMK significa Cyan, Magenta, Yellow e Black (ciano, magenta, amarelo e preto). A princípio o conceito, que foi teorizado por Moses Harris, tinha como cores primárias o vermelho, amarelo e azul. No entanto, isso precisou ser alterado com a chegada das impressoras, já que elas conseguiam formar uma variedade maior de tonalidades com o preto, ciano, magenta e amarelo. 

Como ler o círculo cromático? 

Agora que você entendeu alguns conceitos e termos da teoria das cores, que tal aprender a ler o círculo cromático? Apesar da figura assustar um pouco, devido a mistura da arte com a ciência, fazer a leitura correta é mais fácil do que parece.

Um dos primeiros passos a tomar para entender o básico do círculo cromático é dividi-lo no meio. Ao fazer isso você irá notar que ele fica partido em duas categorias diferentes: as cores quentes ( vermelho, laranja e amarelo) e as tonalidades frias (azul, verde e roxo).

As cores quentes estão comumente associadas a energia, luminosidade e ação, enquanto as frias são identificadas como calmas, pacíficas e serenas. 

Fórmulas da teoria das cores 

Existem fórmulas básicas para a leitura do círculo cromático, que ajudam a manter a harmonização das tonalidades e a entender melhor o objetivo da teoria das cores. Elas são:

Monocromático: uma formação das cores criada com diversas variações da mesma cor é conhecido como um esquema monocromático;

Análogo: quando três cores estão alocadas uma ao lado da outra no círculo cromático elas são chamadas de tonalidades análogas. Um exemplo é o verde, o verde-amarelo e o amarelo que, comumente, se encontram próximos na escala do círculo.

Complementar: ao traçar uma linha reta entre uma ponta do círculo até a outra é possível observar duas cores complementares divididas. Ou seja, são tonalidades opostas que criam contraste quando estão em comunhão.

Triádico: desenhe um triângulo no meio do círculo cromático, cada ponta dessa forma geométrica vai mostrar um tipo de tonalidade que está igualmente distante da outra. Esse tipo de esquema, dentro da teoria das cores, tem grande contraste e harmonia, sendo mais apelativo que o complementar. 

Tétrade: ao traçar uma cruz dentro do círculo você consegue dois pares de tonalidades complementares. Essa variedade de cores permite que o artista tenha mais opções de cores, podendo até escolher a cor dominante entre as quatro que são apontadas. 

Quadrado: dessa vez é preciso desenhar um quadrado no meio do círculo cromático, ao fazer isso, você vai notar que cada extremidade da forma aponta para quatro cores que estão separadas por quatro ângulos de 90 graus. Ao contrário do esquema tétrade, o quadrado não precisa de uma cor dominante, e todas as tonalidades podem ser utilizadas igualmente. 

Por que a harmonia é tão importante para a teoria das cores?

O caos de cores que não se complementam pode desagradar a visão das pessoas, assim como uma combinação de tonalidades tediosa e sem contraste nenhum pode não impressionar ou chamar a atenção. Por esses motivos, os artistas, pesquisadores e comunicadores levam muito a sério a combinação dos esquemas de cores. Afinal, cada tonalidade tem seu impacto no inconsciente humano, o que pode ser benéfico na hora de transmitir mensagens. 

A teoria das cores é muito usada por arquitetos e urbanistas na hora de projetar construções. Isso porque um prédio comercial, onde se encontra uma grande quantidade de pessoas trabalhando, pode se tornar mais agradável aos funcionários se ele tiver a combinação de cores ideal para mantê-los empolgados com seu trabalho. 

Um exemplo é a biblioteca de Springdale, localizada em Toronto, onde a paleta de cores é constituída por muitas tonalidades de verde e amarelo, que ajudam a reforçar a estrutura ecológica do local.  Os tons de verde, no interior e no exterior do prédio, são relaxantes e também beneficiam os visitantes do lugar. 

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Qual o significado de cada cor?

Alguns estudiosos dedicaram sua vida ao estudo da psicologia das cores. Para essa área da teoria das cores, cada tonalidade tem o seu significado e impacto no humor dos seres humanos. Apesar de existirem definições mais complexas para o significado de cada cor, a psicologia explica tudo de maneira mais simples e direta.

Vermelho: perigo, importância e energia;

Laranja: energia, otimismo e diversão;

Amarelo: felicidade, atenção e calor;

Verde: crescimento, sucesso e natureza;

Azul: confiança, conforto e calma;

Roxo: luxo, criatividade e conhecimento;

Preto: poder, sofisticação e mistério;

Branco: limpeza, saúde e inocência.

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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