Cachorros podem fazer bem para a saúde intestinal e agir como um meio de prevenção para a doença de Crohn
Divulgado durante a Semana de Doenças Digestivas (DDW) de 2022, um novo estudo da Universidade de Toronto descobriu que famílias que possuem cachorros são menos propensas a desenvolver a doença de Crohn. De acordo com os dados divulgados, pessoas que vivem com cães possuem uma saúde intestinal melhor do que pessoas sem animais de estimação.
Essa medida preventiva não ocorre à toa. A exposição a micróbios durante a infância sempre foi associada como um fator para o fortalecimento do sistema imunológico.
A pesquisa coletou dados de mais de 4 mil parentes de primeiro grau de pessoas com doença de Crohn, avaliando seus históricos médicos com um conjunto de fatores ambientais que incluem o tamanho da família, presença de animais de estimação e números de banheiros em suas residências.
A partir dessas informações, especialistas concluíram que a exposição à cães durante os cinco aos 15 anos de idade estava associada à impermeabilidade intestinal saudável, equilíbrio dos micróbios intestinais e à resposta imunológica — todos os fatores que contribuem para a prevenção da condição.
A doença de Crohn é um tipo de doença inflamatória intestinal que resulta na inflamação do trato digestivo e pode levar a dor abdominal, diarreia, fadiga e desnutrição. A condição não tem cura, mas pode ser tratada com medicamentos e com uma dieta apropriada. Anteriormente à pesquisa, a doença não possuía prevenções conhecidas.
Embora a exposição a cachorros pode ser fundamental dentro da prevenção, nem todos os animais de estimação oferecem o mesmo nível de proteção contra a doença. A exposição a gatos, por exemplo, não obteve os mesmos resultados. Os especialistas envolvidos na pesquisa contam com a hipótese de que tutores de cães são mais propensos a sair de casa com seus animais, o que aumenta a exposição aos micróbios necessários para que a proteção ocorra.
Outro fator preventivo analisado foi a vivência com três ou mais familiares durante o primeiro ano de vida. Essas experiências são essenciais para a composição do microbioma, que é um fator importante no desenvolvimento de doenças inflamatórias como a doença de Crohn.
Os resultados da pesquisa servirão para um melhor atendimento médico, onde profissionais da saúde terão um melhor entendimento sobre pacientes com um maior risco de desenvolvimento da doença.