The Carbon Bankroll: as emissões de carbono das movimentações financeiras

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The Carbon Bankroll é um relatório criado para indicar os impactos não contemplados na pegada de carbono de empresas que mensuram suas emissões, a partir do movimento financeiro relacionado a suas decisões de investimento e gestão de capital. Publicado por um banco colaborativo e sem fins lucrativos, o relatório dá destaque à identificação dos impactos relacionados ao financiamento de iniciativas associadas ao fomento de indústria de alto impacto ambiental, a exemplo daquelas relacionadas à mineração ou produção de combustíveis fósseis, por exemplo.

Em meio à crise climática derivada da degradação ambiental, diversas empresas e indústrias começaram a investir em métodos de compensação de carbono e outras técnicas de redução de seus impactos ambientais, como a opção para o uso de energias renováveis. Em apoio a essas medidas, The Carbon Bankroll foi criado para dar destaque às pegadas “ocultas”, não contempladas nos balanços de carbono dessas empresas, com o objetivo de tornar possível a efetiva ação sobre tais impactos, seja via neutralização ou mesmo por meio de uma maior seletividade em suas movimentações financeiras.

Anteriormente, era impossível calcular a influência dos bilhões de dólares em investimentos circulantes nos mercados financeiros, sobre o efeito estufa. Contudo, os dados reunidos pelo Climate Safe Lending Network (CSLN), The Outdoor Policy Outfit (TOPO), e o BankFWD possibilitaram a mensuração das emissões de CO2 associadas a tais movimentações financeiras.

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O que diz o relatório? 

Enquanto empresas bilionárias como Microsoft, Alphabet e Beta adotaram métodos para diminuir suas pegadas de carbono, o relatório evidencia que seus investimentos podem, na verdade, serem suas maiores fontes de emissões. No caso da PayPal, por exemplo, as emissões derivadas de seus investimentos em 2021 representam um incremento de cerca de 5.500% em suas emissões previamente mensuradas.  

Desse modo, The Carbon Bankroll evidenciou que as ações de redução de pegada de carbono publicamente adotadas por determinadas empresas podem se revelar demasiadamente insuficientes para a compensação dos reais efeitos associados às emissões derivadas das decisões de investimentos financeiros praticadas. 

Como essas emissões ocorrem?

As emissões derivadas da movimentação financeira das companhias divulgadas pelo Carbon Bankroll se relacionam aos investimentos diretos praticados em iniciativas de extração de combustíveis fósseis e outras indústrias intensivas em carbono.

Greenwashing? 

Frente ao colapso ambiental e ao aquecimento global, a sustentabilidade cresce em popularidade. É cada dia mais comum encontrar empresas que se comprometem com práticas ESG e orientam seus investimentos em iniciativas de baixo impacto ambiental dentro de suas atividades. 

Contudo, com a divulgação do relatório do The Carbon Bankroll, essas medidas parecem não ser tão eficazes na prática. Seriam elas, então, uma técnica de greenwashing?

Greenwashing: o que é e como evitar

Greenwashing é uma tática de promoção às custas do meio ambiente, prometendo mudanças e ações eco-friendly, que acabam não sendo realizadas. 

A importância do relatório evidencia a necessidade das empresas em identificarem suas iniciativas financeiras como parte de suas cadeias de suprimento e, ao se apropriarem de tal conceito, tornarem transparente a seus investidores essas emissões, até então ocultas em seus balanços de carbono, evitando assim que sejam associadas a práticas de greenwashing.

Impactos positivos

A divulgação do Carbon Bankroll pode instigar mudanças. O relatório foi divulgado em veículos relevantes, a exemplo da Fast Company, o que pode contribuir para que outras empresas pioneiras na busca da compensação ou regeneração de seus impactos socioambientais possam integrar tal conceito a suas práticas de governança e determinar construir políticas que compreendam os efeitos dos impactos de seus investimentos financeiros.

A criação do documento poderá, então, servir para evidenciar que as finanças e investimentos de empresas também são fontes de impactos ambientais, possibilitando uma mudança estrutural em suas práticas e funcionamento.

Equipe eCycle

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