A tinta spray é um tipo de tinta armazenada em um recipiente pressurizado e dispensado por meio de uma válvula para liberar uma mistura de tinta e um propelente, geralmente gás pressurizado ou ar comprimido. O resultado desse mecanismo é uma tinta liberada em forma de aerossol que proporciona camadas uniformes de tinta.
Ela é uma invenção de 1931, atribuída ao engenheiro norueguês Eric Rotheim. Entretanto, foi popularizada pelos contribuintes da Krylon and Crown Holdings Inc., que desenvolveram uma lata que eventualmente deu origem aos cilindros de metal usados atualmente.
Desde então, a tinta spray foi adotada como método de pintura para grande parte da população, oferecendo um jeito mais simples de pintar superfícies de madeira, metal, vidro, plástico e alvenaria. Entretanto, com a sua ascensão, também foi descoberto os seus impactos, que representam uma grande ameaça à saúde pública e ao meio ambiente.
A tinta spray é composta de quatro tipos básicos de materiais:
Além disso, as tintas podem ser separadas em duas categorias:
Os compostos orgânicos voláteis são componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais. Eles se caracterizam por possuírem alta pressão de vapor, o que faz com que se transformem em gás ao entrar em contato com a atmosfera. Os VOCs mais presentes no meio ambiente são benzeno, tolueno e estireno.
Na tinta spray, os VOCs são liberados durante o processo de secagem, após a aplicação do revestimento. Praticamente tudo, exceto os sólidos em uma formulação típica de tinta, é liberado no ar.
Quando entram na atmosfera, esses compostos entram em contato com óxidos de nitrogênio e raios solares. A partir deles, forma-se o smog fotoquímico (smoke, de fumaça, e fog, de neblina), um tipo de poluição que é desencadeada pela luz solar e que gera ozônio como produto.
O constante uso dessas tintas e aerossóis que contêm VOCs, existe um desequilíbrio de ozônio na troposfera — onde ocorre naturalmente. Por causa desse desequilíbrio, a concentração do gás na troposfera aumenta, tornando-o tóxico para os seres vivos.
Além do impacto das tintas spray na poluição do ar, uma pesquisa da Universidade Livre de Berlim comprovou a atuação desses produtos na poluição do solo. De acordo com os pesquisadores, as amostras de solo colhidas perto das paredes grafitadas no Mauerpark de Berlim tiveram a maior concentração de microplásticos já relatada na literatura científica.
“Nossos resultados fornecem as primeiras indicações de que a pintura em spray, uma técnica com aplicações que vão da indústria à arte, deixa para trás uma quantidade sem precedentes de microplásticos no solo”, diz o biólogo Prof. Matthias C. Rillig.
Os microplásticos são categorizados como partículas de plástico cujo diâmetro é inferior a 5 milímetros. A poluição por microplásticos já é vasta em todo o mundo. Ele é o principal poluente dos oceanos e sua presença já foi comprovada nos cantos mais remotos da Terra, chegando até no Monte Evereste.
Entretanto, não se sabe se todos os tipos de tinta spray possuem essas partículas.
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