Entenda o processo de transplante de órgãos e como se tornar doador
O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que envolve retirar o órgão saudável de um doador para substituir outro em um paciente doente. O primeiro transplante de sucesso documentado aconteceu em 1954 e desde então a medicina vem inovando e aperfeiçoando a técnica para que ela possa ajudar mais pessoas e salvar mais vidas.
No Brasil o procedimento é feito para transplantar órgãos como o coração, pulmão, pâncreas, rim e o fígado. Também existe o transplante de tecido, que envolve a reposição de medula óssea, ossos e córneas.
O procedimento de transplante de órgãos salva uma infinidade de vidas e pode ser feito com o doador vivo ou morto, dependendo do órgão ou tecido a ser recebido. Doadores de rim e pâncreas podem se submeter ao procedimento enquanto vivos — apenas uma parte do pâncreas é retirado para o transplante e apenas um rim é retirado. Esses tipos de transplante são comumente feitos entre membros da mesma família.
A maioria dos transplantes de órgãos são feitos após a morte encefálica de um doador — quando não há mais atividade cerebral. Assim, seguindo a lista de espera para transplantes, o órgão é redirecionado para o paciente doente.
A espera para um transplante depende do órgão, tipo sanguíneo e idade. Algumas pessoas demoram de sete a dez anos para receber um órgão.
Cultivo de órgãos
Pesquisas em cultivo de órgãos para transplante ainda não obtiveram sucesso, porém um estudo realizado pelo Weizmann Institute of Science’s Molecular Genetics Department oferece um meio caminho andado para que isso aconteça.
Cientistas do departamento foram bem sucedidos em cultivar células-tronco de seres humanos mais cedo do que se era possível anteriormente. Além disso, essas células são eficientes e capazes de se adaptar bem aos ambientes em que são introduzidos. Nesse caso, as células-tronco se adaptaram ao organismo de ratos de laboratório e apresentaram resultados promissores.
As células cultivadas são capazes de diferenciar entre as células germinativas primordiais, tecidos extraembrionários, placenta e células do saco vitelino. Isso significa que futuramente, com novas pesquisas, essas células podem ser usadas para criar embriões sintéticos sem a necessidade de um doador.
Acredita-se que pesquisas futuras considerando as diferenças das células-tronco em seres humanos e ratos podem ajudar no desenvolvimento de novos órgãos para transplante.
Xenotransplante
O xenotransplante é um transplante de órgãos entre espécies diferentes. Esse processo pode acelerar o tratamento de diversos pacientes em filas de transplante no mundo todo. Há mais de 50 anos essa técnica é estudada e aprimorada pela comunidade médica e científica a fim de garantir a saúde humana.
Em 2021, o doutor Robert Montgomery, do centro médico de NYU Langone Health, liderou uma equipe cirúrgica e completou a primeira cirurgia de xenotransplante do mundo. Esse procedimento durou duas horas e contou com o rim de um porco geneticamente modificado.
O receptor desse rim foi um paciente já morto que foi mantido por respiradores por 54 horas enquanto era observado o funcionamento e a aceitação do órgão. Não houve nenhuma preocupação ou sinal de rejeição do organismo contra o órgão transplantado.
Como se tornar um doador
No Brasil, para se tornar doador de órgãos, só é necessário contatar a família. Em casos de morte encefálica, os parentes mais próximos serão responsáveis pela decisão do destino dos órgãos do paciente. Depois da confirmação feita pela família, os órgãos são extraídos e então transplantados para os próximos pacientes da lista de transplante.