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O transtorno de processamento sensorial costuma estar relacionado ao autismo e ao déficit de atenção, porém não é considerado um distúrbio psicológico

O Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) é uma condição neurológica que causa dificuldades na forma como o cérebro humano processa informações pelos sentidos. Quem sofre com este tipo de transtorno neurológico costuma ser muito ou pouco sensível a estímulos sensoriais, dependendo de como o problema afeta seu sistema nervoso.     

Apesar de ter uma nomenclatura própria, o transtorno de processamento sensorial não é considerado um transtorno pelos órgãos regulamentadores da área da psicologia, como a Associação Americana de Psiquiatria Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). 

O debate sobre o tópico ainda é bastante dividido, com alguns estudiosos defendendo que o transtorno do processamento só existe como sintoma de outras condições pré-existentes — como o autismo e o déficit de atenção e hiperatividade. Enquanto isso, alguns profissionais acreditam que o transtorno de processamento sensorial é um diagnóstico separado e único, que não tem ligação direta com outros diagnósticos. 

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O que causa o Transtorno de Processamento Sensorial?

Não existem estudos que comprovem as causas do transtorno de processamento sensorial. No entanto, algumas pesquisas já tentaram entender a relação entre o surgimento do transtorno com a genética e a má formação do cérebro. 

Uma pesquisa feita por dois gêmeos, que foram diagnosticados com transtorno, mostrou que eles apresentavam atividade anormal no cérebro quando eram expostos à luz e ao som. Essa descoberta aponta para uma ligação entre condições neurológicas pré-existentes e o surgimento do TPS. Mesmo assim, a ciência ainda precisa de mais análises para entender as causas da condição.

Como identificar o Transtorno de processamento sensorial?

O transtorno de processamento sensorial pode acontecer em crianças e adultos, mas, ele é mais perceptível em pessoas mais jovens. Isso porque como elas ainda estão desenvolvendo suas habilidades cognitivas e sociais, as crianças têm mais dificuldades em lidar com os sintomas do TPS. Enquanto adultos já estão acostumados a viver com seus traços. 

O TPS afeta o processamento sensorial, mas o que é isso? Ao todo, o sistema nervoso humano experiencia oito sentidos, para além dos cinco que são ensinados na escola. Ou seja, esse transtorno causa a dificuldade de processamento não só de coisas como o tato, o paladar, o olfato, a visão e a audição, mas também a propriocepção, a interocepção e o vestíbulo.

Propriocepção:  o sentido “interno” de que você tem um corpo. Esse sentido ajuda na manutenção da postura e do controle motor, dizendo como você tem se mexido e como está ocupando um espaço.

Vestíbulo: esse termo se refere ao reconhecimento interno do ouvido, que ajuda o corpo a se manter equilibrado e coordenado.

Interocepção: é o sentido que diz o que está acontecendo no seu corpo. De maneira mais simples, ele diz o que você está sentindo, isso inclui coisas como “se você está sentindo calor ou frio”.

Cinco sentidos: para além dessas três alternativas, existem os cinco sentidos que são ensinados na escola: o tato, audição, paladar, olfato e visão. 

Tipos de transtornos de processamento sensorial 

São duas categorias que formam o diagnóstico do TPS, a hipersensibilidade e a hiposensibilidade. Um indivíduo que tem transtorno de processamento sensorial pode apresentar sintomas de ambos os tipos, ou apenas um deles. 

Hipersensibilidade: quando a pessoa se sente superestimulada, seu processamento sensorial é alto e qualquer coisa pode gerar sensações de alerta ou ansiedade. Os sintomas de hipersensibilidade são:

  • Ser descoordenado;
  • Não ter noção de segurança;
  • Cobrir os olhos ou os ouvidos com frequência ao lidar com luzes ou sons fortes;
  • Ser exigente na hora de comer;
  • Engasgar ou vomitar com certas texturas de comida;
  • Resistir a abraços e toques;
  • Sentir dor com muita facilidade;
  • Sentir que toques leves foram pesados;
  • Dificuldade em focar;
  • Problemas de comportamento.

Hiposensibilidade: quando o indivíduo tem baixo processamento sensorial. Essas pessoas costumam tentar interagir mais com o ambiente ao seu redor, em busca de ter uma resposta sensorial. Os sintomas relacionados a esse tipo de transtorno de processamento sensorial são:

  • Sente dor raramente;
  • Esbarrar em paredes com frequência;
  • Tocar nas coisas mais do que o normal;
  • Colocar objetos na boca;
  • Esbarrar em pessoas enquanto anda;
  • Não ter noção de espaço pessoal;
  • Ficar balançando ou se mexendo sem parar.

Transtornos relacionados ao TPS

O transtorno de processamento sensorial costuma estar ligado a outros tipos de diagnósticos, como já dito anteriormente, confira a seguir quais condições tem sintomas de TPS:

Transtorno do espectro do autismo (TEA): pessoas com autismo podem apresentar mudanças em suas via neurais, o que é responsável por problemas em processar os sentidos;

Déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): essa condição afeta como as pessoas processam as informações sensoriais;

Esquizofrenia: mecanismos anormais nas vias neurais do indivíduo criam e organizam conexões entre os neurônios, que podem alterar o processamento motor e sensorial;

Transtornos de sono: falta de sono e insônia podem causar delírios, que causam problemas de processamento sensorial temporários;

Lesões cerebrais: quando alguém sofre uma lesão cerebral, ela pode desenvolver o transtorno de processamento sensorial.

Como tratar transtorno de processamento sensorial?

Para identificar o TPS é preciso levar a criança, ou o adulto, para uma consulta com profissional especializado na área, normalmente um psiquiatra. O transtorno de processamento sensorial não é difícil de identificar olhando de fora, por isso, não demora muito para que os testes sejam realizados e o diagnóstico feito. 

Os tipos de tratamento que são usados são:

Terapia de integração sensorial: este tipo de tratamento é feito por meio de atividades divertidas e controladas. O terapeuta vai estimular o paciente a processar seus sentidos sem se sentir ansioso. O paciente irá aprender comportamentos e técnicas que irão ajudá-lo a lidar com os seus sintomas de TPS.

Terapia ocupacional: nesse caso, é comum que o terapeuta ocupacional ensine habilidades de controle motor, que podem ir desde escrever até subir em uma escada. Os ensinamentos adquiridos na terapia ocupacional estão mais relacionados a habilidades do dia a dia. 

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Dieta sensorial: apesar do nome, a dieta sensorial não é sobre comida. Ela pode ser indicada para pessoas com transtorno de processamento sensorial, e os pacientes terão uma lista de atividades diárias que ajudam ele a focar e se organizar durante o dia. Assim como a integração sensorial, a dieta é constituída por uma sequência de atividades diárias. 

É importante ressaltar que o transtorno de processamento sensorial não tem cura, mas pode ser tratado de forma que os sintomas sejam administrados com o tempo. Logo, conforme o tempo vai passando, o paciente lidará melhor com sua condição. Procure ajuda profissional para fazer o tratamento, isolar quem sofre com isso só piora os traços do transtorno. 


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