O tratamento com sanguessugas, também conhecido como hirudoterapia, é uma técnica médica que foi comumente utilizada na Idade Média. Ele consiste no uso de sanguessugas para a extração de sangue de uma área específica do organismo do paciente.
Datada de 1500 a.C., a prática era usada para tratar anormalidades do sistema nervoso, problemas dentários, doenças de pele e infecções. No entanto, em dias atuais, é usado, principalmente, em cirurgias plásticas e outras microcirurgias, uma vez que as sanguessugas possuem uma propriedade que impede a formação de coágulos no sangue.
Em geral, o tratamento com sanguessugas é feito porque esses animais ajudam a melhorar o fluxo sanguíneo para regiões onde ele diminuiu ou parou, evitando a morte do tecido.
A espécie de sanguessuga usada na área medicinal (Hirudo medicinalis) possui três mandíbulas com pequenas fileiras de dentes. No tratamento, ela é posicionada na área a ser tratada e fura a pele do paciente, administrando anticoagulantes através da saliva. Isso melhora a circulação e previne a morte dos tecidos.
Assim, os animais são capazes de chupar o sangue da pessoa em tratamento por cerca de 20 a 45 minutos por vez. Esse tipo de verme é capaz de inchar cinco a dez vezes o seu peso corporal quando cheias de sangue. Porém, durante a terapia, o volume retirado contabiliza apenas uma pequena porção de sangue extraído, até 15 mililitros por sanguessuga.
Durante a extração, os animais liberam uma gama de compostos ativos, incluindo:
A terapia com sanguessugas pode ser feito como parte do tratamento de diversas condições de saúde, como:
Além disso, acredita-se que o tratamento com sanguessugas pode oferecer benefícios em casos de:
Seu uso foi iniciado na Idade Média, porém, as sanguessugas voltaram a ser utilizadas no contexto médico durante a década de 70. E, embora não seja comumente utilizado em dias atuais, o tratamento com sanguessugas ainda é indicado para diversas condições.
“Apesar de todos os avanços técnicos da medicina moderna, em certas situações pós-cirúrgicas, ainda contamos com um dos organismos mais primitivos da natureza – a sanguessuga – para nos ajudar a alcançar um bom resultado”, disse o doutor Rod Rezaee, diretor de oncologia cirúrgica de cabeça e pescoço nos Hospitais Universitários em Shaker Heights, Ohio, em relato ao Daily Mail.
Atualmente, esse tipo de terapia também é comumente utilizado em centros holísticos de saúde. Veja um vídeo (em inglês) sobre a prática:
De acordo com uma pesquisa de 2004, existem diversas substâncias presentes na saliva das sanguessugas, incluindo cerca de 60 proteínas distintas que podem ser benéficas à saúde humana. De fato, um estudo descobriu que as sanguessugas podem melhorar a função arterial entre os idosos.
Adicionalmente, outras pesquisas pequenas sugerem que a saliva desses animais pode ser utilizada na prevenção de metástase de câncer e aliviar a dor relacionada ao câncer.
Ao todo, o tratamento com sanguessugas possui poucos efeitos colaterais. No entanto, existe um risco de infecção bacteriana. Portanto, pessoas imunocomprometidas por doenças autoimunes e fatores ambientais não são candidatas à terapia.
Além disso, é importante notar que a terapia não é uma prática vegana. Após o tratamento, as sanguessugas são mortas para evitar uma possível contaminação.
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