Tubarões são os principais predadores do mar e podem ajudar a restaurar ecossistemas danificados
Tubarões, além de serem estrelas de cinema, são peixes cartilaginosos que fazem parte da subclasse denominada Elasmobranchii (elasmobrânquios) e são os principais predadores do mar.
Estima-se que existam mais de mil espécies de tubarões e raias. No entanto, esses animais estão sob ameaça da sobrepesca e, ao mesmo tempo, são essenciais para ajudar ecossistemas a se recuperarem de eventos climáticos.
Características dos tubarões
Os tubarões fazem parte da subclasse de peixes chamada elasmobrânquios, que são peixes com esqueletos feitos de cartilagem no lugar de ossos. Além disso, eles possuem cerca de cinco a sete fendas branquiais em cada lado da cabeça que usam para filtrar o oxigênio da água.
As bocas desses grandes predadores possuem fileiras de dentes que não são ancorados em suas mandíbulas. Por isso, é comum que os tubarões percam os dentes, principalmente durante a alimentação, mas eles crescem regularmente. Dependendo da espécie, os dentes podem ter formas variadas, alguns são serrilhados e outros até triangulares.
Grande parte dos tubarões possui uma coloração sombreada de uma forma que serve como uma camuflagem, sendo o lado dorsal mais escuro do que o lado ventral. O topo escuro do tubarão se confunde com as profundezas do oceano e, assim, predadores ou presas não veem o animal.
Há alguns tubarões que mudam suas coloração à medida que envelhecem. Os tubarões-zebra, por exemplo, têm manchas uniformemente distribuídas pelo corpo quando se tornam adultos.
Quase todos os tubarões possuem cerca de cinco tipos diferentes de barbatanas:
- Nadadeira caudal para que o animal se impulsione para frente e para cima;
- Nadadeiras peitorais para se movimentar para baixo;
- Barbatanas pélvicas que estabilizam o tubarão;
- Barbatanas dorsais também para estabilizar;
- Barbatana anal que também fornece estabilidade, mas é menos comum.
Os tubarões podem habitar águas profundas e rasas e migram conforme procuram lugares para se alimentar ou reproduzir.
Como os tubarões se reproduzem
A maneira como os tubarões se reproduzem é um mistério dependendo da espécie, pois há muitas que não foram investigadas. Sabe-se, no entanto, que os tubarões machos possuem uma estrutura equivalente ao órgão genital masculino, denominado clásper.
O clásper é inserido na cloaca da fêmea, onde o esperma é depositado. Isso, dizem alguns cientistas, é feito em questões de segundos e com a maior frequência possível.
O que comem os tubarões
Os tubarões são animais de sangue frio, o que significa que necessitam do calor do ambiente para se aquecer. Seu metabolismo é muito menor do que o de animais de sangue quente, por isso, eles comem pouco, cerca de 1% a 10% de seu peso corporal total a cada semana.
A maior parte dos tubarões come peixes menores e invertebrados. Mas também há espécies maiores que se alimentam de focas, leões marinhos e outros mamíferos que habitam o mar.
Por mais surpreendente que possa parecer, os tubarões não comem seres humanos. Eles de fato atacam as pessoas, no entanto, mordem por pura curiosidade, para se defender de uma possível ameaça percebida ou simplesmente porque confundem os humanos com uma presa. Na realidade, a relação é contrária: os seres humanos são uma ameaça aos tubarões.
Tubarões estão sob ameaça
Os tubarões são ameaçados por diversos motivos, a sobrepesca é um deles. Um relatório estatístico feito por pesquisadores da Universidade Dalhousie calculou que entre 6,4% e 7,9% dos tubarões de todas as espécies são mortos anualmente. Estima-se que, a cada ano, 100 milhões de tubarões são mortos somente para suprir a demanda de um prato denominado sopa de barbatana de tubarão.
Em muitos lugares, a carne de tubarão é popular. Além de ser usado como alimento, esse animal também é utilizado para remédio e vitaminas. Outras partes, como os dentes e a pele, servem para armas, joias e lixa.
O aumento da temperatura da água, que acontece pelas mudanças no clima decorrentes da emissão de gases de efeito estufa, também pode ameaçar os tubarões. Isso é prejudicial para todo o ecossistema, já que os tubarões são importantes para o equilíbrio.
Em um estudo, uma equipe de especialistas da Florida International University investigou se a ausência dos tubarões pode piorar os efeitos das mudanças climáticas. Para isso, os cientistas observaram uma área na Austrália Ocidental que passou por uma onda de calor marinha que destruiu um quarto de um dos maiores prados de ervas marinhas do mundo.
Segundo o biólogo Dr. Mike Heithaus os tubarões-tigre estão protegendo as ervas marinhas de serem consumidas, pois, na falta de predadores, animais como os dugongos se alimentam das ervas. Nesse sentido, a pesquisa mostra que, quando os principais predadores se vão, a estrutura do ecossistema é prejudicada e torna-se impossível recuperar certas espécies, tais como as ervas marinhas.