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O tucunaré é um peixe nativo do Norte e do Centro-Oeste brasileiro e uma espécie invasora do Sul, Sudeste e Nordeste
O tucunaré (Cichla spp.) é um peixe de água doce originário das bacias hidrográficas do Norte e do Centro-Oeste brasileira, mas que pode ser encontrado em todas as regiões do país. O seu nome vem do tupi “tucun” que significa árvores e “aré” que pode ser traduzido como “amigo”. Ou seja, seu nome pode ser entendido como “amigo da árvore”.
Quais as características do tucunaré?
No Brasil existem 14 espécies de tucunaré e todas elas possuem escamas, corpo alongado e um pouco comprimido. Os tipos mais comuns do peixe são: Cichla ocellaris, C. temensis, C. monoculus, C. orinocensis e C. intermedia. Todas elas podem ser encontradas em açudes, represas, rios e tanques de piscicultura.
O tucunaré adulto mede entre 30 centímetros a um metro de comprimento total. Ele pode ser amarelo, verde, vermelho ou azulado com tons de preto. Além disso, algumas espécies possuem manchas pretas e verticais, ou pintas brancas distribuídas entre o corpo e as nadadeiras. Todos os tucunarés possuem uma pequena mancha redonda (ocelo) na região do pedúnculo caudal.
Como o tucunaré se alimenta?
O tucunaré é um peixe carnívoro, isso significa que ele se alimenta de outros peixes e camarões encontrados no fundo dos rios. Entretanto, ao contrário de outras espécies de água doce, esse peixe é considerado agressivo, forte, rápido e predadores incansáveis. Isso porque ele não desiste de pegar a presa mesmo que não tenha conseguido de primeira, e continua a caçando até alcançar o objetivo.
Como o tucunaré se reproduz?
Essa espécie é chamada de sedentária, o que significa que ela não faz migração ou participa da piracema para poder se reproduzir. Na verdade o tucunaré se reproduz em ambientes lênticos, onde a água fica parada na boca e na beira dos rios.
Por não precisar migrar durante a reprodução, os tucunarés desovam pelo menos três vezes no ano. Além disso, eles também acompanham todo o crescimento dos alevinos, guardando e protegendo o ninho durante o seu desenvolvimento. O comportamento de proteger os filhotes de predadores, comum da espécie, é raro entre outros peixes de água doce.
A desova do tucunaré é menor do que espécies que realizam a piracema. No entanto, como eles protegem os ovos desde o momento da fecundação, a quantidade de alevinos que nascem é superior a de um peixe que não faz o mesmo.
Impactos negativos das espécies invasoras
As espécies invasoras são todos os animais que são transportados e passam a viver em uma região que não é seu habitat natural. Por não serem naturais desses locais, essas espécies competem com as espécies silvestres nativas. Elas podem transmitir doenças, predar os animais pequenos e causar prejuízos às culturas.
O tucunaré é considerado uma espécie invasora em regiões no Sul, Sudeste e Nordeste, para onde foram amplamente transportados. Os principais impactos da introdução inadequada dessa espécie é o desequilíbrio do ecossistema, bem como a predação de animais nativos.
Esses peixes chegaram ao Sudeste, Sul e Nordeste por meio da pesca esportiva. Ou seja, pescadores levavam o animal para essas regiões para que o animal pudesse ser caçado pelos seres humanos. Por isso, o estado de São Paulo aprovou a Lei 614/2018, que proíbe a pesca, captura, embarque, transporte e comercialização do tucunaré.
