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Ultraprocessados ocupam cerca de 70% das prateleiras no exterior, aponta estudo

Ultraprocessados, como definido pela classificação Nova, da Universidade de São Paulo, “não são propriamente alimentos, mas, sim, formulações de substâncias obtidas por meio do fracionamento de alimentos do primeiro grupo” — esse contendo alimentos naturais ou minimamente processados, como frutas e vegetais. 

Os produtos são caracterizados como formulações industriais compostas principalmente de substâncias quimicamente modificadas extraídas de alimentos. Juntamente com aditivos para melhorar o sabor, a textura, a aparência e a durabilidade, com inclusão mínima ou nenhuma de alimentos integrais.

Ou seja, os alimentos ultraprocessados ​​são normalmente produtos com alta densidade energética, alto teor de gordura saturada, açúcar e sal, não saudáveis ​​e pobres em fibras alimentares, proteínas, vitaminas e minerais. Além de passarem por processos de fracionamento, aquecimento e adição de outras substâncias. 

Pesquisas apontam que esses alimentos constituem mais de metade da energia alimentar total consumida em países de rendimento elevado, como os EUA, o Canadá e o Reino Unido. E entre um quinto e um terço da energia alimentar total em países de rendimento médio, como o Brasil.

E, apesar de terem sido criados para aumentar o tempo de prateleira dos produtos dos supermercados, os alimentos ultraprocessados podem oferecer riscos à saúde quando consumidos em excesso. 

comidas ultraprocessados
80% das crianças brasileiras de até cinco anos comem ultraprocessados

Exemplos de alimentos ultraprocessados

Alguns exemplos desses alimentos incluem: 

  • Macarrão instantâneo;
  • Biscoitos recheados; 
  • Salgadinhos de pacote; 
  • Energéticos e outras bebidas gaseificadas; 

Ilusão de escolha 

A maioria dos supermercados parece expor uma grande variedade de opções de alimentos. Porém, ao prestar atenção, é possível concluir que essa variedade é preenchida majoritariamente por alimentos ultraprocessados e processados. 

De fato, uma pesquisa de 2025 comprovou que esses alimentos ocupam cerca de 70% das prateleiras de supermercados, principalmente no exterior. 

Para medir a prevalência de ultraprocessados nas prateleiras, os pesquisadores usaram um algoritmo de aprendizado para analisar mais de 50 mil itens em três grandes supermercados nos EUA. Os resultados demonstraram que opções altamente processadas dominavam o estoque em todos os três varejistas.

Ter uma grande variedade de marcas nas prateleiras dá aos compradores a “ilusão de escolha”, diz a coautora do estudo Giulia Menichetti, física estatística e computacional do Brigham and Women’s Hospital e da Harvard Medical School.

Riscos à saúde 

Como já mencionado, os ultraprocessados são ricos em gorduras, açúcar e sal, compostos comumente associados a inúmeras doenças crônicas. 

Uma revisão, publicada no British Medical Journal (BMJ) analisou 45 estudos envolvendo quase 10 milhões de participantes. Os autores da revisão sugerem que comer mais alimentos ultraprocessados ​​está ligado a um risco maior de morte. Além disso, tem ligações com 32 condições de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, transtornos de saúde mental, diabetes tipo 2 e outros problemas.

“Um problema com os estudos que eles analisaram é que os riscos relativos não são muito altos. Eles são aumentos de 1,1 a 1,5 vezes. No entanto, se você estiver falando sobre um problema de saúde sério, como um ataque cardíaco, um aumento de 1,5 vezes ainda é muito,” explica Avlin Imaeda, MD, gastroenterologista da Yale Medicine.

Consumo controlado 

Devido à alta disponibilidade de ultraprocessados no mercado, esses alimentos são altamente acessíveis. Portanto, acabam sendo uma opção de melhor custo por parte da população. Além disso, muitas pessoas não têm o hábito ou tempo de preparação culinária necessária para aproveitar alimentos naturais ou minimamente processados. 

A necessidade de alimentos acessíveis é um dos motivos pela predominância de ultraprocessados em casas ao redor do mundo. 

Embora as evidências que sugerem que alimentos ultraprocessados são prejudiciais à saúde, o tipo e a qualidade da pesquisa significam que ainda não está claro se precisamos excluí-los completamente.

De fato, nem todos esses alimentos apresentam o mesmo risco. Um estudo de 2024 descobriu que dietas ricas em bebidas açucaradas e carnes processadas estavam associadas a um risco maior de doenças cardiovasculares do que dietas pobres nesses alimentos, mas o oposto era verdadeiro para pães, cereais, iogurtes e sobremesas lácteas.

Assim, é possível concluir que, embora não sejam a melhor escolha para uma alimentação saudável, podem ser consumidos em moderação como parte de uma dieta saudável. 

“Culpar apenas o ultraprocessamento dos alimentos pode simplificar demais o problema. Dietas ricas em alimentos ultraprocessados ​​são frequentemente dominadas por itens carregados com gorduras saturadas, sal e açúcar adicionado, o que sugere que alguns danos podem vir do equilíbrio nutricional ruim em vez do processamento sozinho. 

Mas algumas pesquisas sugerem que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados ​​— que frequentemente carecem de proteína e são projetados para serem fáceis de comer e altamente palatáveis ​​— pode levar ao ganho de peso também”, explica Maya Vadiveloo, professora associada de nutrição na Universidade de Rhode Island, ao Scientific American

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Brasil tem 57 mil mortes por ano associadas ao consumo de ultraprocessados

Como substituir os ultraprocessados? 

Se a substituição desses alimentos for uma possibilidade na sua vida, existem diversos minimamente processados e naturais que podem substituí-los. Como: 

  • Grãos de aveia ou aveia cortada em flocos adoçada com mel — para substituir cereais matinais.
  • Água com gás ou mineral com um pouco de suco de fruta ou fatias de fruta — substitui bebidas gaseificadas. 
  • Pão caseiro — para substituir pães de forma brancos.
  • Chocolate meio-amargo — para substituir barras de chocolates saborizadas com longa lista de ingredientes.
  • Café sem açúcar — para substituir energéticos; 
  • Granola caseira — para substituir barras de granola saborizadas com adição de açúcar e conservantes.

E, lembre-se, para seguir uma alimentação saudável e equilibrada, o ideal é seguir recomendações profissionais. Uma dieta para adultos inclui: 

  • Frutas, vegetais, legumes, nozes e cereais integrais;
  • Pelo menos cinco porções (400g) de frutas e vegetais por dia; 
  • Menos de 10% da ingestão total de energia de açúcares livres;
  • Menos de 30% da ingestão total de energia de gorduras; 
  • Menos de 5g de sal por dia; O sal deve ser iodado.

Para crianças, a composição da dieta saudável é similar, mas com valores menores. Contudo, a OMS sugere outros elementos a serem considerados, como:

  • Bebês devem ser amamentados exclusivamente durante os primeiros 6 meses de vida e continuamente até os 2 anos de idade e além;
  • Aos seis meses, o leite materno deve ser complementado por alimentos ricos em nutrientes, mas sem açúcar ou sal. 

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