Por Nações Unidas Brasil — Estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca a conexão direta entre poluição caseira resultante de métodos para cozinhar indevidos e doenças cardíacas, derrames, câncer e muitas outras enfermidades.
Pelo menos 2,6 bilhões de pessoas não têm acesso a meios seguros e sustentáveis para preparar alimentos no mundo.
Além disso, o acesso a combustíveis limpos e tecnologias para cozinhar é distribuído de forma desigual em todo o mundo. Entre 2010 e 2019, a taxa de acesso a combustíveis e tecnologias limpas para cozinhar aumentou apenas cerca de 1% ao ano.
No ritmo atual, estima-se que um terço da população global continuará a usar combustíveis poluentes em 2030, com a maioria na África Subsaariana.
Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que cerca de 2,6 bilhões de pessoas não têm acesso a meios seguros e sustentáveis para preparar alimentos. Entre as principais observações do estudo estão a clara conexão entre poluição caseira e diversas doenças, a melhora lenta nas últimas duas décadas nos métodos para cozinhar, principalmente em países como Brasil e Índia, e a necessidade de ação imediata para acabar com o uso de fontes poluentes até 2030.
Segundo a agência de saúde das Nações Unidas, o uso de combustíveis e tecnologias ineficientes e poluentes é um risco para a saúde e um dos principais contribuintes para doenças e mortes, principalmente entre mulheres e crianças em países de baixa e média renda.
Riscos para saúde – A entidade explica que respirar a fumaça produzida ao cozinhar com poluentes pode levar a doenças cardíacas, derrames, câncer, doenças pulmonares crônicas e pneumonia.
A OMS lamenta que milhões de pessoas morram prematuramente, todos os anos, devido à poluição do ar doméstica, que é produzida por cozinhar com fogões e aparelhos ineficientes combinados com madeira, carvão, carvão vegetal, esterco, resíduos de colheita e querosene.
Sem uma ação rápida para transição de fontes limpas, a OMS afirma que o mundo não alcançará a meta de acesso universal ao cozimento limpo até 2030.
Desigualdade – O estudo mostra que o acesso a combustíveis limpos e tecnologias para cozinhar é distribuído de forma desigual em todo o mundo. Entre 2010 e 2019, a taxa de acesso a combustíveis e tecnologias limpas para cozinhar aumentou apenas cerca de 1% ao ano.
Grande parte desse aumento aconteceu por melhorias no acesso à cozinha sustentável nos 5 países de renda baixa e média mais populosos – Brasil, China, Índia, Indonésia e Paquistão. Nas demais nações de baixa e média renda estudadas, as mudanças foram menores.
Os resultados mostram que em 1990, mais da metade da população global usava fontes poluentes para cozinhar. Em 2020, esse número caiu para 36%.
Enquanto o gás de cozinha é predominante em áreas urbanas, a biomassa ainda é a fonte mais comum nas populações rurais. As estimativas atuais projetam que um terço da população global continuará a usar combustíveis poluentes em 2030, com a maioria residindo na África Subsaariana.
Dados relevantes – A publicação da OMS inclui estimativas globais, regionais e nacionais detalhadas do número de pessoas que usam combustíveis poluentes ou limpos desde 1990 com foco em seis tipos de combustível: eletricidade, combustíveis gasosos, querosene, biomassa, carvão e carvão. Os dados também incluem a desagregação urbana versus rural.
A partir dos resultados, a Unidade de Qualidade do Ar e Saúde da OMS apoia os países a lidar com a poluição doméstica do ar, fornecendo orientações normativas, ferramentas e recomendações.
A unidade também monitora e relata tendências globais e mudanças nos impactos da poluição do ar na saúde. Essas estimativas são usadas para relatórios oficiais, como as Estatísticas da Saúde Mundial e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.