Lei pode forçar com que Apple dispense o modelo único adotado pela empresa em 2015
O parlamento da União Europeia aprovou uma nova lei defendendo a padronização de todos os carregadores de celulares, câmeras, tablets e todos os outros aparelhos eletrônicos que deve ser cumprida até 2024.
Com 602 votos a favor da mudança e 13 contra, todos os fabricantes que comercializam seus produtos na Europa terão que adaptar os carregadores de seus eletrônicos ao modelo USB-C, que já é usado em grande parte dos produtos tecnológicos.
Fabricantes de notebooks terão mais tempo para adaptar seus produtos, podendo concluir a transição no começo de 2026.
Entre todos os fabricantes de aparelhos eletrônicos, a Apple pode ser a mais afetada pela lei. A empresa da Califórnia possui um padrão único de carregadores e cabos, que segue o modelo Lightning criado em 2015. Desse modo, os iPhones da empresa utilizam um carregador diferente do padrão universal do USB-C.
Outros produtos da companhia, como seus computadores e iPads, já seguem o modelo USB-C. No entanto, a Apple resistiu à padronização voluntária proposta pela UE anos atrás, afirmando que a lei seria “desproporcional e sufocaria a inovação”.
Diversos outros fabricantes de eletrônicos já haviam aceitado a proposta, mas mantiveram seus carregadores alternativos em linha.
Entretanto, após a nova lei, todos deverão cumprir a padronização em até dois anos. A lei cobre os carregadores de telefones celulares, tablets, câmeras digitais, fones de ouvido, alto-falantes portáteis, consoles de videogame portáteis, e-readers (como o Kindle), teclados, mouses e sistemas de navegação portáteis.
O modelo USB-C também pode ser mais eficiente do que o Lightning da Apple, com a capacidade de carregar até 240 Watts e transferir dados de até 40 gigabits por segundo. Anteriormente, usuários da empresa americana já reclamaram dos cabos do iPhone, alegando que os modelos Lightning transferem dados em apenas uma fração da velocidade do USB-C.
Essa não é a primeira vez que a Apple é afetada por regulamentações de outros países. Nesse mesmo ano, a empresa foi ordenada a parar de vender celulares sem carregadores no Brasil. A decisão de parar de incluir os aparelhos foi criada em 2020, com alegações sobre a diminuição do impacto ambiental dos carregadores.
Os participantes do parlamento europeu defenderam a decisão anunciando que a mudança seria benéfica para a população, garantindo a praticidade, reduzindo o custo dos aparelhos e reduzindo o número de carregadores obsoletos. Desse modo, usuários terão a escolha de comprar aparelhos com o carregador padrão ou com outros modelos que já possuem em casa.
A lei também pode beneficiar o meio ambiente, cortando mais de mil toneladas de lixo eletrônico da União Europeia todos os anos.
De acordo com representantes do parlamento, a decisão tomada tem a capacidade de inspirar o resto do mundo na aprovação de uma lei similar.