Métodos atuais utilizam grande quantidade de compostos químicos e podem trazer diversas complicações
Em países de clima predominantemente frio ao longo de todo o ano, o acúmulo de gelo sobre estradas, trilhos e até carros é um problema difícil de ser enfrentado. Dependendo da intensidade, o gelo consegue cobrir casas inteiras.
Existem tecnologias de degelo, no entanto, elas não são sustentáveis porque misturam sal e soluções químicas consideradas tóxicas, além de utilizarem grande quantidade de recursos naturais e financeiros. No pior dos cenários, podem até corroer o material que estão tentando descongelar.
Por isso, a Universidade de Harvard, no laboratório da doutora Joanna Aizenberg, está desenvolvendo alguns tipos de revestimentos hidrofóbicos que realizem o degelo sem a necessidade das aplicações químicas. A doutora está pesquisando sobre superfícies que repelem as gotas de água e evitam a acumulação de gelo.
Essas superfícies poderiam ser usadas em estradas, veículos, linhas de alta tensão e tubulações. A pesquisa atual vai abordar preocupações sobre o custo, a viabilidade e a durabilidade dessas superfícies para confirmar se vale a pena ou não investir nesse tipo de revestimento hidrofóbico.
No mercado, já existem impermeabilizantes, mas que não são compostos por materiais naturais (veja mais aqui).
Natureza como inspiração
Os pesquisadores lançaram mão da biomimética, procurando na natureza soluções já existentes para esse tipo de problema. Nesse caso, a superfície dos olhos de certos mosquitos e insetos aquáticos foram a inspiração por possuírem um padrão microestrutural que desencoraja a adesão da água.
Como o acúmulo de gelo é um fenômeno natural, o degelo se tornaria mais sustentável com o novo revestimento que está sendo desenvolvido, devido ao fato de não utilizar produtos químicos. Assim, a água seria simplesmente ignorada pelas superfícies moldadas.
Imagens: Ask Nature
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