Upcycling de plástico de eletrônicos vira placas de Petri na Singapura
Cientistas da Nanyang Technological University (NTU) de Singapura aderiram ao upcycle do plástico usado no lixo eletrônico, ou e-waste. Esses plásticos quase não são reciclados por conta de aditivos perigosos encontrados na sua composição.
Os pesquisadores da NTU acharam uma nova função para o descarte. Ele pode ser uma alternativa às placas de Petri e outros instrumentos usados em culturas celulares.
No estudo, 95% das células-tronco usadas em partes de computadores permaneceram saudáveis depois de uma semana.
Os aditivos encontrados na composição do lixo eletrônico não são uma ameaça aos resultados da pesquisa, uma vez que sua esterilização é feita de antemão.
O uso do material de e-waste pode ser benéfico ao meio ambiente por dois fatores. O primeiro inclui a reutilização de um material que muitas vezes não pode ser reciclado. O segundo é a diminuição do lixo de laboratório.
Os plásticos usados na fabricação de eletrônicos representam 20% dos 50 bilhões de toneladas de e-waste.
Uma pesquisa publicada em 2015 indicou que cerca de 5 milhões de toneladas de materiais de laboratórios são descartados por ano. Isso inclui placas de Petri e pratos de cultura celular.
O estudo conduzido pela NTU considerou o uso de três plásticos diferentes — os botões dos teclados de computadores, folhas difusoras de luz e folhas de prisma, ambas encontradas em LCDs.
As células-tronco cultivadas no e-waste conseguiram manter sua capacidade de diferenciação. O processo de diferenciação permite que as células consigam formar outros tipos celulares.
O plástico reutilizado apresentou melhores resultados que as placas originais..
Essa é uma alternativa sustentável aos plásticos de único uso em laboratórios e também contribui para uma prática lixo zero, onde tudo é reaproveitado para diminuir o impacto ambiental.