O ranking é elaborado anualmente pela GreenMetric, uma rede de universidades voltada à sustentabilidade
Por Erika Yamamoto, do Jornal da USP | Pelo segundo ano consecutivo, a USP é a 10ª universidade mais sustentável do mundo – e a melhor da América Latina – segundo o ranking UI GreenMetric World University Ranking 2022. A avaliação foi divulgada no dia 12 de dezembro, pela GreenMetric, uma rede global que reúne universidades de todo o mundo para discutir projetos voltados à sustentabilidade ambiental.
A superintendente de Gestão Ambiental, Patricia Faga Iglecias Lemos, ressalta que “para esta edição, foram avaliadas quase 100 universidades a mais do que na edição anterior e, mesmo assim, a USP se manteve entre as dez melhores, sendo que, das nove primeiras, oito são europeias e uma, norte-americana”.
Nas primeiras posições estão a Universidade de Wageningen (Holanda), a Universidade Nottingham Trent (Reino Unido) e a Universidade de Nottingham (Reino Unido).
Entre as latino-americanas, depois da USP aparecem a Universidade Autônoma de Nuevo León (México), na 15ª posição, e a Universidade do Rosario (Colômbia), na 28ª. A Universidade Federal de Lavras (Ufla) é a segunda brasileira mais bem posicionada, na 37ª posição.
UNIVERSIDADE | PAÍS | |
---|---|---|
1º | Universidade de Wageningen | Holanda |
2º | Universidade Nottingham Trent | Reino Unido |
3º | Universidade de Nottingham | Reino Unido |
4º | Universidade de Groningen | Holanda |
5º | Universidade da Califórnia, Davis | Estados Unidos |
6º | Universidade Trier de Ciências Aplicadas | Alemanha |
7º | Universidade College Cork | Irlanda |
8º | Universidade de Connecticut | Estados Unidos |
9º | Universidade Bremen | Alemanha |
10º | Universidade de São Paulo | Brasil |
Elaborado anualmente, o ranking classifica as instituições que desenvolvem as melhores práticas e programas sustentáveis em seus campi, considerando seis indicadores: áreas verdes, consumo de energia, gestão de resíduos, tratamento de água, mobilidade e educação ambiental. Nesta edição, a USP obteve 9.050 dos 10 mil pontos possíveis.
“A USP teve notas maiores em todos os indicadores em relação à edição passada. Isso é resultado de um esforço de todas as unidades da USP que, a cada ano, vêm disponibilizando dados consistentes, de forma que a SGA possa avançar na implementação de iniciativas que elevem o grau de sustentabilidade na Universidade. Não é demais lembrar que a visão estratégica do reitor, que elegeu a sustentabilidade como ponto central de sua gestão, tem permitido avanços como, por exemplo, nas discussões sobre a transição energética, com uso de energia fotovoltaica, bem como nos projetos envolvendo hidrogênio verde”, explicou a superintendente.
GreenMetric
O UI GreenMetric World University Ranking foi criado pela Universidade da Indonésia (UI), em 2010, para medir os esforços das universidades em tornar seus campi mais sustentáveis. No primeiro ano, 95 universidades de 35 países participaram da avaliação. Na edição de 2022, 1.050 instituições foram avaliadas, sendo 39 universidades brasileiras.
Além do ranking, a GreenMetric organiza eventos regionais e internacionais para discutir projetos voltados à sustentabilidade ambiental, como o International Workshop on UI GreenMetric.
Em setembro de 2021, a USP sediou o National Workshop on UI GreenMetric for Universities in Brazil, o quinto encontro da rede GreenMetric na América Latina. A reunião foi uma oportunidade para compartilhar as melhores práticas na criação de condições sustentáveis nos campi universitários e para discutir a criação de um índice voltado às universidades da região.
O que deve ter uma universidade sustentável?
Conheça os critérios utilizados pelo UI GreenMetric para criar o ranking mundial de universidades
Indicadores | Pontuação da USP | |
Local e infraestrutura | Relação entre áreas abertas em relação à área total, área de floresta, área de vegetação plantada, área para absorção de água, total de área aberta dividida pela população total do campus, orçamento da universidade para ações de sustentabilidade | 1.400 |
Energia e mudanças climáticas | Uso de aparelhos com melhor eficiência energética, implementação do smart building, número de fontes de energia renovável no campus, uso total de eletricidade dividido pela população total do campus, proporção de energia renovável produzida em relação ao uso anual, implementação de elementos de “construção verde”, programa de redução de emissão de gases de efeito estufa, relação da pegada de carbono total dividida pela população do campus | 1.600 |
Resíduos | Programas de reciclagem de resíduos e de redução do uso de papel e de plástico, tratamento de resíduos orgânicos e inorgânicos, manipulação de resíduos tóxicos, coleta de esgoto | 1.725 |
Água | Programas de conservação e reúso de água, uso eficiente de aparelhos hidráulicos e água tratada | 950 |
Transporte | Relação entre o total de veículos (carros e motos) dividido pela população do campus, serviços de transporte, política para veículos de emissão zero e número destes veículos em relação à população do campus, relação entre as áreas de estacionamento e a área total, programa para limitar ou reduzir as áreas de estacionamento nos últimos três anos, número de iniciativas para diminuir a quantidade de veículos particulares no campus e política para pedestres | 1.700 |
Educação | A proporção de cursos voltados à sustentabilidade em relação ao total de cursos, relação entre o orçamento destinado à pesquisa em sustentabilidade em relação ao total, publicações, eventos, relatórios, websites e organizações estudantis na área de sustentabilidade | 1.675 |
Este texto foi originalmente publicado pelo Jornal da USP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.