Uma pesquisa divulgada pela Digestive Disease Week de 2022 afirma que usuários de Cannabis precisam de mais sedação durante endoscopias. Especialistas analisaram 419 pacientes submetidos a procedimentos endoscópicos e seus níveis de sedação em relação ao histórico pessoal de cada um.
Os participantes da pesquisa foram instruídos a preencher dois formulários, um antes do procedimento, que contava com dados sobre o uso de Cannabis e outro depois, que indicava seus níveis de conforto e consciência durante a endoscopia.
A endoscopia não é um procedimento cirúrgico e não necessita de altas doses de sedação, deixando os pacientes confortáveis, mas não inteiramente conscientes. De acordo com os especialistas, os pacientes não apresentaram altos níveis de desconforto durante o procedimento, mas precisaram de mais medicamentos para auxiliar na sedação.
Os resultados da pesquisa indicaram que o uso de Cannabis foi associado a uma maior necessidade por sedativos, como mais de 5 mg de midazolam e mais de 100 mcg de fentanil. A necessidade de doses mais altas de medicamentos para a sedação foi observada em procedimentos endoscópicos e durante gastroscopias.
Novas pesquisas deverão ser feitas para evidenciar as quantidades de Cannabis responsáveis pela intervenção dos efeitos de sedativos, além de seu método de consumo — como inalação, ingestão ou vaporização. Contudo, o estudo possibilitou um novo entendimento sobre o efeito das drogas durante procedimentos médicos, o que abre as portas para a otimização do atendimento ao paciente em relação às suas necessidades.
Essa não foi a primeira vez em que o uso de Cannabis foi relacionado a uma necessidade maior de sedativos durante procedimentos médicos. Um estudo de 2019 publicado pela American Osteopathic Association concluiu que usuários da droga requerem uma dosagem até 220% maior de propofol para atingir a sedação ideal durante colonoscopia e outros procedimentos de rotina.
De acordo com o estudo, a necessidade por dosagens mais altas pode oferecer riscos à saúde dos pacientes, uma vez que elas resultam em mais efeitos colaterais. O que se torna um problema quando esses sedativos oferecem riscos para a supressão da função respiratória como um efeito colateral.
A legalização da maconha em alguns estados dos Estados Unidos fez com que o seu uso fosse mais popularizado. Além disso, a legislação possibilitou que pacientes sejam mais abertos em relação ao seu histórico de uso da droga.
Especialistas responsáveis pela pesquisa alertam que os efeitos metabólicos da Cannabis ainda são desconhecidos, portanto, seus usuários devem estar conscientes de seus possíveis impactos na eficácia de certos medicamentos.
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