O que é vaporização uterina?

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A vaporização uterina é uma técnica de limpeza do útero que ganhou fama na internet graças à atriz americana Gwyneth Paltrow.  A técnica consiste em colocar água quente, em conjunto com ervas aromáticas de preferência, em um pote e se agachar em cima com uma toalha cobrindo a parte inferior do corpo, com intuito de fazer o vapor da água entrar no canal vaginal. 

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Para que serve a vaporização do útero?

A vaporização do útero é considerada parte da ginecologia natural, e apesar de existirem estudos que mostram que ela é uma prática antiga, não existem comprovações de seus benefícios. Na Grécia antiga, fazer a vaporização vaginal era comum entre a população. Isso porque, naquele período, as pessoas acreditavam que a causa da infertilidade, e de alguns transtornos psicológicos, era a falta de umidade no útero. 

Além disso, um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizado em 2012, apontou que a vaporização uterina fazia parte da higiene íntima de pessoas que viviam em países como Indonésia, Moçambique, África do Sul e Tailândia. O objetivo da prática nessas regiões do oriente geralmente estava ligado  à manutenção do bem-estar e da identidade feminina da praticante.

Benefícios da vaporização do útero

Mesmo sem ter comprovações científicas, os praticantes da vaporização uterina defendem que ela é um remédio natural para o útero, a vagina e todo o trato reprodutivo. Alguns dos benefícios relatados da vaporização uterina incluem:

Riscos da vaporização uterina

Profissionais de saúde, principalmente ginecologistas, não costumam recomendar a prática da vaporização uterina. Afinal, as propriedades medicinais não têm fundamentos científicos o suficiente para que a técnica seja apoiada pela medicina convencional, sem contar que existem certos riscos ligados à exposição da vagina ao vapor quente. 

Para citar os riscos da vaporização do útero, é possível começar pela probabilidade da prática causar queimaduras graves. Se feita sem cuidados e por muito tempo — levando em conta que uma sessão dura de 20 a 45 minutos —, o vapor da água fervida pode gerar queimaduras de segundo e terceiro grau na vagina, devido à sensibilidade da pele da região.

Uma prova disso é que, em um estudo de 2019, uma paciente usou a vaporização uterina para o seu tratamento de prolapso uterino, e ao final, tudo o que conseguiu foi uma queimadura de segundo grau.

Caso o material usado para realizar a vaporização uterina não tenha sido limpo de forma adequada, a sua realização aumenta o risco do desenvolvimento de infecções e inflamações no trato reprodutivo. Algumas mulheres optam por realizar a vaporização uterina em casa, enquanto outras preferem realizar o procedimento em spas e salões especializados, em qualquer situação o ideal é que os equipamentos sejam esterilizados de maneira adequada.

Outro fator importante é que a maioria das pessoas que fazem vaporização tem o intuito de “manter a limpeza” do canal vaginal. No entanto, é válido ressaltar que a vagina é um órgão autolimpável, que já faz boa parte do trabalho sozinho, e por isso, diversos ginecologistas não recomendam a higienização com nada além de água — e se for necessário, um sabão sem essência, neutro, aplicado somente na parte externa.

Realizar a vaporização uterina com frequência, utilizando ervas medicinais, pode desregular o pH da região íntima. Isso causa desequilíbrio na bactéria boa que vive ali, e retira grande parte da proteção que o órgão tem para evitar problemas graves como infecções e outras doenças.

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Como cuidar da região íntima? 

Para manter um bom cuidado com sua região vaginal, tudo que você precisa fazer é limpar o local com água morna, não muito quente, e, se achar necessário, com um sabão neutro sem odor. Evite qualquer produto de higiene ginecológica que tenha qualquer tipo de odor, essência ou sabor. 

Se você apresentar sintomas fora do comum, como cólica muito forte, corrimento anormal ou odor estranho em sua região íntima, procure a ajuda de um profissional da saúde. Médicos especializados no assunto irão fornecer o diagnóstico e o tratamento correto.

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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