Como empresas “carnistas” se apropriam do selo vegano para obter lucro
Vegan-washing é a apropriação do movimento vegano para endossar campanhas e causas que não adotam os seus ideais. O termo tem se popularizado devido ao aumento do interesse financeiro envolvido no uso de selo vegano.
Como acontece?
O veganismo vem crescendo, e com ele, a demanda por produtos vegan-friendly. Agora, empresas que lucram com o sofrimento animal vêm divulgando seus produtos como veganos só para crescer no mercado e ampliar seu público-alvo.
Isso não significa necessariamente que os produtos não são veganos em sua composição. Mas, a precedência deles é um tanto duvidosa.
No caso do vegan-washing, é passada ao consumidor uma falsa compaixão pela causa. As propagandas usam o selo vegano sem nenhuma pretensão de diminuir sua contribuição no sofrimento animal.
O movimento vegano é uma forma de ativismo que preza pelo bem-estar animal. A indústria “carnista” (expressão popular no mundo vegano que se refere à ideologia envolvida no consumo de carne e exploração animal) se apropria dessa causa excluindo a preocupação original e focando no lucro que vem com o crescimento do mercado. Tal lucro pode vir a ser investido em seu produto original, os derivados da exploração animal.
Portanto, o uso do termo “vegano” nesses casos específicos perde seu significado original e se torna banalizado. A dúvida que prevalece é: a empresa utilizando o selo vegano preocupa-se mesmo com a causa animal ou só está fazendo vegan-washing?
Como distinguir?
A lógica dessa resposta é simples — quais outras mercadorias são fornecidas pela mesma companhia? O seu histórico de atuação no mercado envolve sofrimento animal?
Embora seja fácil de reconhecer, a prática de vegan-washing é mais um obstáculo para o veganismo e para as pessoas que tentam adotar esse estilo de vida. O problema de querer consumir produtos veganos e ter que pesquisar um histórico ético de toda a indústria vira um empecilho e pode desmotivar o consumidor consciente.