Regulamentação impulsiona a adoção de pets restringindo a sua compra em pet shops
Uma lei que proíbe a venda de animais de estimação em pet shops foi aprovada em Nova York na última quinta-feira (15). Assinada pela governadora Kathy Hochul, a lei entrará em vigor em 2024 e tem o objetivo de diminuir a ação de “fábricas de filhotes” — criadores de cães de raça.
Além de cachorros, a regulamentação também foi responsável pela proibição da venda de outros animais de estimação, como gatos e coelhos.
A nova lei também incentiva que pet shops trabalhem em conjunto com abrigos, canis e grupos de resgate para impulsionar a adoção de animais nesses locais.
Só nos Estados Unidos, estima-se que existam cerca de 10 mil criadouros de animais domésticos de raça — com apenas 3 mil regulamentados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Muitos desses estabelecimentos, além de ilegais, contribuem para o sofrimento animal, mantendo-os em condições insalubres, sem acesso ao cuidado veterinário, comida ou água.
A venda de cães de criadores menores não é coberta pela regulamentação do estado, o que ainda possibilita a venda de animais por outros meios. No entanto, embora a restrição à pet shops, parte da população se mostrou contra a decisão do governo nova-iorquino.
Alguns pet shops, por exemplo, refutaram a aceitação da lei, argumentando que ela não impediria o comércio de animais de estimação em geral e apenas resultaria no fechamento de diversos estabelecimentos.
De acordo com Emilio Ortiz, gerente do pet shop Citipups, a lei aprovada “pode servir como uma sentença de morte” para a sua empresa. Em declaração à Associated Press, Ortiz reforçou seu descontentamento frente à decisão: “Noventa por cento do nosso negócio é vender cachorros. Não vamos sobreviver a isso. (…) Eles estão fechando os bons estabelecimentos junto com os ruins.”
Entretanto, Nova York não é o primeiro estado americano a agir nesse problema. Em 2017, a Califórnia se tornou o primeiro estado do país a regulamentar uma proibição similar, que também impulsionava a adoção. Outros estados, como Maryland, Illinois, Maine e Washington também atuaram na proibição de vendas de animais como cães e gatos nesses estabelecimentos.
Atualmente, mais de 300 cidades e condados dos Estados Unidos aprovaram proibições similares.
O senador de Nova York, Michael Gianaris, apoiou a decisão, afirmando que fábricas de filhotes, muitas vezes, tratam animais como mercadorias.
“Isso é muito relevante. Nova York tende a ser um grande comprador e aproveitador desses estabelecimentos, e estamos tentando cortar a demanda no varejo”, disse o democrata.