O turismo é uma atividade econômica importante, sua indústria faz circular muito dinheiro e, intensiva em mão-de-obra, é responsável pelo emprego de um contingente relevante de trabalhadores. No entanto, a prosperidade do setor não precisa se dar à custa de impactos ambientais. Algumas atividades turísticas são prejudiciais ao meio ambiente e podem ser potencializadas se o país não preservar o seu próprio território. Além disso, há o impacto social e político, já que muitos destinos podem possuir problemas que vão além da flora e da fauna. Existe uma lista feita pela Ethical Traveler, organização sem fins lucrativos, que anualmente recomenda os dez países mais éticos a serem visitados.
A denominação de destino ético pode parecer estranha, mas essa lista leva em consideração diversos fatores como índice de analfabetismo, saneamento básico, liberdade de imprensa, desigualdade social, direitos humanos e mortalidade infantil. A lista não é um ranking, ela apenas seleciona os lugares considerados mais éticos para o turismo. Os dez países são Barbados, Cabo Verde, Costa Rica, Gana, Letônia, Lituânia, Ilhas Maurício, Palau, Samoa, e Uruguai. Nela não encontramos os lugares mais visitados do mundo, mas países que têm o turismo como fonte de renda representativa.
Nessa lista Chile e Argentina já estiveram presentes em edições anteriores, como as de de 2011 e 2012, mas por problemas políticos foram retirados esse ano. A Argentina, um dos destinos mais procurados pelos brasileiros atualmente, saiu da lista devido a problemas de liberdade de imprensa envolvendo o Jornal Clarín e a Presidente Cristina Kirchner. O Chile também foi mal avaliado pela maneira como lidou com as manifestações dos estudantes que protestavam por melhorias na educação.
Um dos itens mais difíceis de serem avaliados é o bem-estar social, nesse quesito muitos países foram excluídos. Acesso à água potável, mortalidade infantil, saneamento básico e gestão agrícola entram nessa análise. Dados da UNICEF, do PNUD (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas) do Relatório de Direitos Humanos são usados para avaliar os países. Nesses quesitos as Ilhas Maurício se destacam com excelentes índices de desenvolvimento humano, superiores a média mundial. O índice GINI usado pelo banco Mundial para medir a desigualdade social também entra como um dos fatores para o país ser classificado com um bom destino ético e neste caso Letônia e Lituânia recebem uma excelente pontuação.
No quesito meio ambiente os países africanos da lista são bem avaliados. Cabo Verde fez grandes investimentos em energia renovável ampliando sua capacidade de produção em mais de 750%, diminuindo a sua dependência dos combustíveis fósseis. Gana estabeleceu novos impostos para estabelecer o preço adequado ao capital natural e ambiental a fim de preservar o meio ambiente. Outro país que teve um avanço nas leis ambientais foi a Costa Rica, que passou a proibir da remoção das barbatanas de tubarão. Palau, Samoa e Ilhas Maurício são países fortes em desenvolvimento sustentável promovendo também o respeito ao meio ambiente e o turismo responsável.
Metade dos países que aparecem nessa lista são ilhas como Barbados, Cabo Verde, Ilhas Maurício, Palau e Samoa. Essa é uma das explicações para os cuidados com o meio ambiente e com a valorização dos turistas. As mudanças climáticas irão afetar diretamente esses territórios e a preocupação com o bem estar do planeta passa pela preocupação pela existência deles. Esse posicionamento ecológico, mesmo que seja sobre o turismo, precisa ser seguidos antes que alguma nação literalmente desapareça.
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