O vinho em barris metálicos pressurizados está sendo cada vez mais comercializado em restaurantes nos Estados Unidos, prática já muito comum na Europa para determinados tipos de vinho. A ideia passa por maximizar os lucros dos varejistas mediante a redução do desperdício, mas também visa atender as crescentes demandas dos clientes por um uso mais consciente dos recursos naturais.
Um único barril metálico de vinho pode conter o volume de até 26 garrafas. O vidro, a cortiça da rolha e o rótulo são produzidos a partir de recursos naturais e empregam grandes quantidades de energia na fabricação e na logística de vendas. No Brasil, 47% do vidro produzido é reciclado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Vidro (Abividro). Nos EUA, esse número está em apenas 27%.
O barril não utiliza nenhum desses materiais em sua fabricação e tem vida útil de mais de 20 anos, asseguram os fabricantes. Por isso, o uso de cada barril elimina a necessidade de produção de mais de três mil garrafas, o que também diminui o peso da mercadoria para transporte (atualmente responsável por cerca de um terço das emissões da produção de vinho).
A adoção do barril também evitaria o desperdício. Muitos restaurantes abrem garrafas e só conseguem vender algumas taças, tendo que descartar o restante. Em contato com o ar, o vinho sofre oxidação, tornando-se impróprio para o consumo após determinado período aberto. No barril pressurizado, o ar não entra em contato com o vinho, mantendo-o como se estivesse em uma garrafa ainda lacrada.
No entanto, consumidores consideram a garrafa como parte importante do processo de envelhecimento da bebida, o que inibe a utilização do barril por muitos produtores e restringe a aplicação a vinhos mais baratos e a certas variedades específicas da bebida.
A cultura do envelhecimento em garrafas e da degustação do vinho não vai morrer, mas para determinadas variantes da tradicional bebida, o uso do barril metálico pode sim ser boa solução. Os produtores e donos de estabelecimento veem na opção um barateamento de custos, mas as vantagens ambientais não podem ser desconsideradas.
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