O vitiligo é uma doença de pele não contagiosa que tem como principal sintoma o aparecimento de manchas brancas na pele devido à perda de pigmentação. Ela afeta de 1% a 2% da população mundial e há estimativas de que três milhões de brasileiros tenham a condição.
Muita gente se pergunta se o vitiligo tem cura. Infelizmente, ainda não, mas a doença não representa risco à saúde de seus portadores nem das pessoas ao seu redor. Seu maior impacto no corpo é estético e pacientes normalmente encontram preconceito por parte da sociedade.
O vitiligo acontece quando as células chamadas melanócitos deixam de produzir melanina, responsável por dar cor à pele e protegê-la da luz solar. Cabelo e pelos também podem perder a pigmentação.
Além da perda da pigmentação da pele, outros sintomas de vitiligo podem envolver:
As causas do vitiligo são desconhecidas. Ele não é considerado uma doença hereditária, já que muitos dos pacientes com vitiligo não possuem um histórico familiar com a doença. No entanto, ter familiares com vitiligo pode aumentar o risco de ter a doença, apesar de não causá-la. Existem teorias em relação à sua origem, porém ele é considerado pela maioria dos especialistas como uma doença autoimune, pois o corpo ataca as próprias células. Alterações e traumas também são associados ao aparecimento ou agravamento da doença.
Apesar de não ter cura, existem tratamentos para parar ou diminuir a propagação das manchas na pele causadas pelo vitiligo. É importante enfatizar que qualquer tipo de tratamento deve se orientado por um dermatologista. Confira alguns dos modos de tratamento para vitiligo abaixo:
Existem afirmações de que a mama-cadela, planta do cerrado, é capaz de curar o vitiligo. A afirmação é errônea, simplesmente por não existirem dados suficientes que apontem o que causa o vitiligo, assim também não é possível afirmar a existência de uma cura. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as cápsulas de mama-cadela são indicadas para auxiliar no tratamento de vitiligo como um melanogênico. Além das cápsulas, a planta é usada como tratamento muitas vezes na forma de loção e chá, mas não existem estudos que comprovem sua eficácia.
Trata-se de um tipo de medicação que contém esteroides. Eles podem ajudar a parar a propagação das manchas brancas e podem ajudar a restaurar a cor original. São prescritos para pacientes com vitiligo não segmental em menos de 10% do corpo.
Como toda medicação, possuem efeitos colaterais, como afinamento da pele, estrias, crescimento capilar, inflamação na pele e acne. Procure sua médica ou médico e conheça suas opções.
Existem duas formas de tratamento fototerápico: o natural e o científico. No primeiro, o paciente toma uma medicação fotossensibilizante sintética e expõe-se ao sol. Deve ser feito diariamente durante algumas semanas, dependendo da extensão da propagação. Em sua forma científica, o método PUVA, o paciente é exposto à luz ultravioleta controlada de um laboratório após a medicação fotossensibilizante sintético.
É possível realizar um processo cirúrgico em que pele é removida de uma área não afetada do corpo para uma área danificada. No caso do vitiligo, o enxerto é usado para cobrir a mancha branca.
A técnica é recomendada para adultos se novas manchas brancas não apareceram ou pioraram em 12 meses e se o tipo de vitiligo não foi causado por queimaduras solares severas.
É um processo recomendado para adultos com vitiligo em mais de 50% de seu corpo. Ela consiste na aplicação de uma loção que irá despigmentar o restante do corpo para a pessoa manter uma uniformidade na cor da pele. O procedimento é permanente e deve ser escolhido com cuidado. Seus efeitos colaterais são vermelhidão, coceira, ardência.
Queimaduras de pele são riscos se você tiver vitiligo. A melanina é um pigmento que ajuda a pele a se proteger da luz do sol. Como o vitiligo é a despigmentação da pele por meio da ausência da melanina, ele acaba deixando a pele desprotegida. Especialistas aconselham usar um filtro solar com fator de proteção 30 ou superior.
A falta de exposição ao sol também pode significar deficiência de vitamina D, essencial na saúde dos ossos. Para saber mais, confira a matéria “Vitamina D: para que serve e benefícios“.
Os indivíduos com vitiligo enfrentam muito preconceito da sociedade. Um dermatologista e pesquisador de vitiligo na Arábia Saudita, Dr. Khalid M. Alghamdi, publicou duas pesquisas sobre os impactos psicológicos sobre os pacientes e outra sobre as percepções do vitiligo na sociedade árabe. Os resultados dos estudos mostraram a falta de informação e o preconceito com relação ao vitiligo, em que entrevistados afirmaram pensar que a doença era contagiosa, resultado de uma infecção ou falta de higiene. Nos indivíduos com vitiligo, 44% acreditam que o vitiligo afetou significantemente a maneira como outros os veem e 54% e 57% relataram sentirem depressão e ansiedade, respectivamente, devido à doença. As publicações sugerem uma relação entre a doença e seu estigma social proveniente da falta de informação da população geral com relação a depressão e ansiedade, assim como impactos significativos na autoestima e confiança do indivíduo.
A Índia, que possui diversos casos documentados de colorismo, é um dos países em que o vitiligo está mais difundido na população. Pensando nisso, a fotógrafa Chiara Goia decidiu documentar a história de pessoas com vitiligo no país. Suas fotos podem ser encontradas em seu site.
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