O que você precisa saber sobre sua voz

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A voz é o som que os seres humanos produzem utilizando as cordas vocais e outros diversos músculos do corpo. Alguns pesquisadores apontam que a voz pode indicar aspectos da personalidade de determinado indivíduo. Outros estudiosos buscam explicar porque não gostamos de ouvir a nossa própria voz gravada. Saiba mais sobre isso a seguir!

Como nossa voz é produzida?

Para que nossa voz seja produzida, há um processo no corpo envolvendo diferentes partes: laringe, pregas vocais e glote. A laringe é uma estrutura que fica no topo da traqueia e é responsável pela produção de som, passagem de ar durante a respiração e proteção das vias aéreas enquanto ingerimos alimentos.

As pregas ou cordas vocais são tecidos moles e o principal componente vibratório da caixa de voz. Por fim, a glote é uma abertura entre as duas pregas vocais, que abre durante a respiração e fecha durante a deglutição e a produção de som. Para que a voz seja produzida, ela depende da vibração e ressonância da corda vocal. 

Primeiro, uma coluna de pressão de ar é movida em direção às pregas vocais, o ar é movido para fora dos pulmões em direção às cordas por ação coordenada do diafragma, músculos abdominais, músculos do tórax e caixa torácica. Tudo isso faz com que as pregas vocais vibrem em uma sequência de ciclos que produzem rápidos pulsos de ar. Esses pulsos repetidas vezes é o que produz o som que é amplificado e modificado pelos ressonadores do trato vocal, produzindo a voz.

Entenda esse processo no vídeo:

O que sua voz diz sobre você?

A voz de uma pessoa pode expressar pelo menos alguns aspectos de sua personalidade. Quem afirma isso é uma equipe de pesquisa internacional liderada pela Universidade de Göttingen.

Os pesquisadores analisaram dados de mais de 2 mil participantes e incluíram informações de quatro países diferentes. Cada participante preencheu um questionário sobre si mesmo para medir a personalidade e fornecer gravações de sua voz para quem o tom pudesse ser medido utilizando um programa de computador com medidas digitais objetivas.

A partir disso, os pesquisadores descobriram que o tom de voz mais baixo (grave) está associada a indivíduos que são mais dominantes, extrovertidos e mais elevados em sociossexualidade, isto é, mais interessados em sexo casual. Isso é válido tanto para mulheres quanto para homens.

Segundo uma das pesquisadoras do estudo, Dra. Julia Stern, a voz das pessoas pode causar uma impressão imediata, “podemos perceber se a pessoa parece interessada, amigável, triste, nervosa ou se tem uma voz atraente. Também começamos a fazer suposições sobre confiança e domínio”, aponta.

Por que não gostamos da nossa própria voz gravada?

Grande parte das pessoas não gosta de ouvir a própria voz gravada. Se você é uma delas, saiba que esse sentimento tem explicação. Segundo Neel Bhatt, professor de Otorrinolaringologia na Universidade de Washington, o desconforto ao ouvirmos nossa própria voz em gravações de áudio provavelmente se deve a uma mistura de fisiologia e psicologia. 

O som da gravação é transmitido ao cérebro de maneira diferente do som gerado quando falamos. Ao ouvirmos uma gravação, o som viaja pelo ar e chega aos nossos ouvidos. Dessa forma, ele é transmitido por via aérea, chegando externamente ao ouvido. Por outro lado, quando falamos, o som da voz atinge o ouvido interno de uma maneira diferente. Parte do som é transmitido por via aérea, enquanto outra parte do som é conduzida internamente diretamente pelos ossos do crânio.

Sendo assim, ao ouvirmos a própria voz enquanto falamos, há uma mistura de condução externa e interna e a condução interna parece aumentar as frequências mais baixas. Com isso, percebemos nossa voz como mais profunda e rica quando falamos, enquanto a voz gravada soa mais fina e aguda. 

Outro motivo para o desconforto ao ouvir uma gravação é por ser uma nova voz que expõe a diferença entre nossa autopercepção e a realidade. Ao perceber a nossa própria voz de forma bem diferente, há uma incompatibilidade chocante. Mas mesmo que o desconforto seja grande, ouvir essa voz diferente não significa que ela seja ruim. Nós simplesmente estamos desacostumados a nos ouvir dessa maneira.

Joana Coelho

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