Xingar: prática pode fazer bem para a saúde

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Xingar não é um hábito bem visto pela sociedade. A palavra é sinônimo de insultar, na língua portuguesa, e se refere a um grupo de palavras, ou frases, usadas com intuito de atingir uma pessoa ou de reclamar de algo.

Os xingamentos existem há milhares de anos. Alguns especialistas acreditam que não são apenas humanos que xingam, mas outros animais também. De acordo com cientistas, os chimpanzés também possuem seus próprios sinais que demonstram descontentamento e raiva a outra pessoa, ou a um acontecimento específico.

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No entanto, mesmo que xingar seja um hábito comum entre diversas espécies, ele não é bem aceito pelos humanos. Isso porque os xingamentos são considerados palavras  “ruins” e “inapropriadadas”. Logo, a sociedade reprime e julga a prática de xingar, seja uma única vez ou constantemente.

Apesar da aversão humana a esse tipo de linguagem, pesquisadores apoiam a ideia de que xingar uma vez ou outra pode fazer bem à saúde humana. Mas como isso funciona?

Benefícios de xingar

Alivia a dor 

Um estudo, publicado pela Keele University, mostrou que seus voluntários tiveram mais resistência à dor. Isso enquanto colocavam suas mãos no gelo, quando se expressavam com xingamentos. Por fim, os estudiosos chegaram à conclusão que o ato de xingar liberava um sentimento de “luta ou fuga”, seguido de uma grande quantidade de adrenalina. 

Porém, a pesquisa também afirma que xingar só funciona com quem não tem esse hábito. Então se você é conhecido por ter a “boca suja”, aquele que fala muito palavrão, talvez não sinta o alívio da dor. Para os especialistas, isso se explica pelo costume do organismo com a sensação.

Resposta não violenta

Optar por um xingamento na hora da raiva pode canalizar seus sentimentos em algo não violento. Apesar de xingar no momento de fúria não ser a atitude mais “saudável”, pode ajudar quem sofre com problemas de autocontrole a lidar com o estresse. Assim, o indivíduo direciona seus sentimentos para o xingamento, e não para a agressão física.  

Mas, é preciso frisar que isso não se encaixa em um cenário de briga. Nessas situações, o melhor é se afastar e tentar se acalmar, se for preciso xingar, é melhor direcionar o insulto para outra coisa e não a quem está brigando. Se você se irritar desenvolvendo um projeto, em vez de quebrar ou bater em algo, que tal soltar um palavrão?

Saúde psicológica e física 

O estudo também aponta que xingar pode estar ligado ao aumento da circulação, elevação dos níveis de endorfina e serotonina, e a um sentimento de calma, controle e bem-estar. Lembre-se que esses benefícios são alcançados quando os insultos são proferidos no momento correto e de uma forma moderada. 

Xingar nem sempre é algo ruim 

Xingar pode ser um sinal de inteligência 

Pessoas bem educadas costumam ter mais facilidade em xingar do que outros. Isso porque um estudo, publicado em 2015, provou que essas pessoas eram mais propensas a surgirem com novos xingamentos que poucos conheciam. Para os pesquisadores, isso acontece porque quando se tem mais conhecimento sobre a língua, mais se sabe sobre xingamentos, insultos e palavrões. 

Xingar pode ser um sinal de honestidade

Algumas pessoas acreditam que quem fala palavrões não é educado ou alguém que se pode confiar. Na verdade, essa ideia foi rebatida pela ciência. Já que existe uma série de estudos que provam que quem xinga com frequência é mais honesto do que quem prefere não xingar.

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Criatividade e expressão 

No livro “Swearing Is Good For You” (em português:“Xingar Faz Bem Para Você”), a autora Emma Byrne debate que o xingamento ajuda os indivíduos a serem mais criativos. Isso porque quando não se pode usar palavras de baixo calão, eles apelam para outras alternativas de se expressar. Como falar “carambolas” quando estiver chocado ou bravo com algo que aconteceu.

Tudo tem seu momento certo 

Como foi apontado, xingar pode ter seu lado positivo. Porém, é preciso reforçar que tudo tem sua hora e quantidade certa. Falar palavrões frequentemente não tem os mesmos resultados benéficos do que proferi-los uma vez ou outra. Além disso, algumas situações — como uma reunião com seu chefe ou um evento da escola do seu filho — não são as melhores para esse tipo de expressão.

Logo, ao adotar o hábito de xingar em sua rotina, tenha em mente as consequências de perder o controle. Se seus filhos refletirem suas palavras, talvez seja melhor conversar com eles abertamente a respeito, em vez de dar uma bronca. Ao explicar para eles o cuidado necessário com todas as palavras e o que pode ou não ser dito, e quando pode ser, você ajuda a criar crianças saudáveis, que futuramente não terão problemas em se expressar. 

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Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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