Xisto é um termo genérico atribuído a uma classe de rochas metamórficas, de origem sedimentar, formadas ao longo de milhões de anos. Compostas principalmente por minerais filossilicatos, como muscovita, biotita, clorita, talco e serpentina, essas rochas apresentam uma estrutura foliada, ou seja, com tendência a se dividir em camadas finas.
A formação dos xistos ocorre por meio da metamorfose da argila sob altas temperaturas e pressões, onde minerais de xisto e minerais duros, como granada e estaurolita, se formam a partir dos minerais argilosos.
Por ser uma designação genérica, o nome xisto precisa ser complementado pelos nomes específicos dos minerais principais, como muscovita xisto, biotita-granada xisto, clorita xisto e clorita-talco xisto (1).
Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), existe um equívoco comum de diferentes fontes de informação, inclusive entre técnicos, ao classificar o xisto (schist, em inglês) com as características do folhelho (shale, em inglês).
O xisto e o folhelho (xisto argiloso) são rochas compostas principalmente por argila e silte. A principal diferença entre os dois é que o xisto é uma rocha metamórfica, mais dura e mais densa do que o folhelho, que é uma rocha sedimentar clástica. O xisto é formado a partir do folhelho quando este é submetido a pressões e temperaturas mais altas. O xisto também é mais fissurado do que o folhelho, o que significa que ele se divide em camadas mais finas.
Vale ressaltar que gás de xisto, óleo de xisto e outros recursos são extraídos do folhelho, que é uma fase intermediária entre os sedimentos argilosos e o xisto propriamente dito. Porém, o termo “xisto” é popularmente usado para designar a origem desses componentes.
Existem diversos tipos de xisto, cada um caracterizado por suas propriedades físico-químicas, composição mineralógica, cor e textura, determinadas pelas condições geológicas durante a sua formação.
O xisto betuminoso é uma rocha sedimentar de granulação fina, rica em matéria orgânica, incluindo betumes, que são misturas naturais de hidrocarbonetos líquidos e sólidos. Estes podem ser extraídos por aquecimento, e usados como combustível, material de pavimentação ou em diversas outras aplicações (2).
Este tipo de xisto é frequentemente encontrado acompanhando o carvão e, de fato, se transforma em carvão betuminoso quando o material carbonáceo está presente em grandes quantidades (2).
Vale destacar que, tecnicamente, xisto betuminoso é um termo popular que se refere ao folhelho betuminoso.
O xisto pirobetuminoso é um tipo de xisto betuminoso que contém querogênio, uma mistura complexa de matéria orgânica na forma de hidrocarbonetos de grandes moléculas. Essas substâncias podem ser extraídas por destilação destrutiva (pirólise). Como resultado, os hidrocarbonetos contidos no xisto são liberados na forma de vapores, sendo posteriormente condensados e formando óleo, gás e outros subprodutos (3).
A principal diferença entre o xisto betuminoso e o pirobetuminoso é que o betume contido no xisto betuminoso é quase fluido, podendo ser mais facilmente extraído. Já o querogênio encontrado no xisto pirobetuminoso é sólido em temperatura ambiente, é normalmente convertido em betume após extraído e processado, e todo esse processo é mais difícil e caro em relação ao xisto betuminoso (4).
Assim como para o xisto betuminoso, este é um termo popularmente utilizado para se referir ao folhelho pirobetuminoso.
O micaxisto, ou xisto micáceo, é um tipo de rocha metamórfica composta, com planos paralelos bem definidos, como lâminas finas. A composição dos micaxistos é, principalmente, de quartzo e micas, que podem ser muscovitas ou biotitas (5, 6).
A presença de compostos como a biotita faz com que os micaxistos tenham potássio com potencial de aplicação no solo (7). Esse nutriente faz parte do grupo dos chamados macronutrientes, juntamente com o nitrogênio e o fósforo. O potássio está envolvido em vários processos bioquímicos e metabólicos das plantas e está diretamente relacionado à qualidade do produto agrícola.
Xisto verde é um termo especial utilizado para designar o xisto formado a partir de rocha máfica, contendo minerais esverdeados como actinolita, epidoto e clorita (8).
Já o xisto azul, também originado de rocha máfica, é um termo que designa o xisto derivado de crosta oceânica colisionada com minerais azuis e verde-azulados, como o anfibólio e a lawsonita.
O xisto possui uma variedade de aplicações industriais e comerciais, sendo explorado principalmente pelos seguintes usos:
A exploração do xisto, especialmente a extração de óleo e gás por meio de técnicas como o fraturamento hidráulico, pode resultar em impactos ambientais significativos. Estes incluem a contaminação de águas subterrâneas, a emissão de gases de efeito estufa e a alteração do relevo geológico (10).
Gerenciar esses impactos e buscar soluções sustentáveis são desafios cruciais associados à exploração do xisto. O desenvolvimento de tecnologias mais limpas e práticas de extração é essencial para mitigar esses impactos e promover uma abordagem mais sustentável na utilização do xisto como recurso natural.
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