YIMBY é o acrônimo para a frase em inglês “yes, in my backyard”, que pode ser traduzido para “sim, no meu quintal”. Ele indica um movimento de pessoas em prol a certos tipos de desenvolvimentos em bairros urbanos, principalmente defendendo projetos de moradia acessível e novos empreendimentos imobiliários de baixo custo.
Porém, é impossível entender o YIMBY sem conhecer sua contraparte, o NIMBY. Enquanto o movimento YIMBY é a favor ao desenvolvimento, o NIMBY indica a oposição aos desenvolvimentos, sendo um acrônimo para “não em meu quintal”.
Acredita-se que o termo “NIMBY” tenha sido usado pela primeira vez durante a década de 70. No contexto da época, o fenômeno era conhecido como a oposição de um sistema de implantação de usinas nucleares que ocorreria principalmente em regiões como Seabrook, New Hampshire e Midland, em Michigan.
Entretanto, em dias atuais, o termo “NIMBY” ganhou outro significado e é majoritariamente visto como um problema em comunidades norte-americanas. Isso se dá ao fato de que boa parte dos ativistas em prol ao movimento se beneficiam do classicismo e racismo estrutural da sociedade, lutando contra a expansão imobiliária de seus bairros e contra preços mais justos.
Entenda mais sobre o movimento na matéria: NIMBY: conheça o movimento “não em meu quintal”.
Diferentemente do NIMBY, que tem origem na década de 70, o movimento YIMBY é relativamente recente, ganhando tração por volta dos anos de 2010. Ele foi desencadeado a partir de um movimento na área da baía de São Francisco entre jovens aspirantes a compradores de imóveis pela primeira vez.
Durante o movimento, em que membros que já habitavam o bairro reclamavam sobre o desenvolvimento imobiliário da área, muitos participantes mais novos lutavam a favor da expansão, desejando a implantação de novas moradias com aluguéis mais baratos.
Acredita-se que o YIMBY foi impulsionado, principalmente, pela geração do milênio (geração Y, também popularmente conhecidos como millennials) — que nasceram entre 1981 e 1996. Esse grupo, em vez de se contentar com a subida exponencial de valores de imóveis, resolveram ir atrás de uma resolução, formando, então, o primeiro movimento YIMBY em São Francisco.
“Essencialmente, eram todos esses jovens dizendo: ‘Não podemos viver aqui’ e ‘Entendemos que você se opõe [ao desenvolvimento], mas queremos opções de moradia’”, explica David Reiss, professor de direito e diretor de pesquisa no Center for Urban Business Entrepreneurship na cidade de Nova York. (1)
Desde então, o movimento vem ganhando cada vez mais espaço dentro dos discursos sobre habitação acessível para pessoas de baixa renda.
Em geral, o objetivo do movimento é conquistar habitação a preços acessíveis. No entanto, muitos dos participantes do YIMBY também prezam o desenvolvimento sustentável e se consideram progressistas e ambientalistas.
Esse é o caso do grupo YIMBY de Colorado, Better Boulder, que prioriza a defensoria da criação de unidades habitacionais acessíveis e bem projetadas, além da possível revitalização de prédios vagos. Ele espera reduzir o seu “impacto no clima, incentivar menos direção e manter a comunidade acolhedora e economicamente próspera”.
A partir dessa ideia, defendem, em seus respectivos governos, a regulamentação de projetos de habitação com preços acessíveis, com resultados que dependem de acordo com a jurisdição local e estadual.
Os YIMBYs já reivindicaram vitórias políticas em locais como Califórnia, Oregon e Minneapolis, com leis que acabaram com o uso do zoneamento unifamiliar para proibir todas as formas de desenvolvimento residencial que não sejam casas unifamiliares isoladas.
Em contrapartida, também lutam contra o desenvolvimento de empreendimentos de luxo e de alto padrão, que encarecem áreas urbanas e desregulam o mercado imobiliário.
De acordo com Sonja Trauss da Federação de Locatários da Área da Baía de São Francisco (SFBARF, na sigla em inglês):
“Um YIMBY é alguém que pensa que crescer é bom para sua cidade. Eles podem chegar a essa conclusão por vários motivos. Alguns YIMBYs são motivados pelos benefícios ambientais da densidade habitacional, eles querem proteger terras agrícolas e áreas naturais. Alguns YIMBYs gostam de densidade porque não querem ter que dirigir e gostam de ter acesso à diversidade de pessoas e artes. Estou nisso porque acredito em fronteiras abertas. As pessoas têm todos os tipos de motivos para se mudar para a cidade. Eu quero que eles possam.”
Desse modo, abraçam projetos de habitações acessíveis e apoiam discursos sobre a desigualdade social dentro desse cenário.
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