O Zoneamento Agroecológico é um instrumento técnico-científico que classifica uma região ou uma área específica de acordo com a sua aptidão agrícola. O ZAE leva em consideração o clima, solo, morfologia, produção potencial e impacto ambiental dos tipos de cultivares. Assim, ele pode propor áreas de conservação ambiental além das obrigadas pela legislação.
Esse instrumento tem como principal objetivo fornecer subsídios para a pesquisa agrícola, assistência técnica e extensão rural. Além disso, ele também orienta tomadores de decisão na introdução de políticas públicas em programas de desenvolvimento agrícola.
Vale ressaltar que existem vários outros tipos de zoneamento, como o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). Por isso, é importante fazer a distinção entre cada um deles para que não haja confusões.
O Zoneamento Agroecológico possui diversas metodologias, que variam conforme seu objetivo principal. Elas podem ser regionalizadas ou específicas para uma dada cultura ou para um grupo de culturas. Porém, os estudos são altamente dependentes da prontidão de dados e informações técnico-científicas.
As informações referentes ao solo, clima e culturas são levantadas e sistematizadas em banco de dados para serem incorporadas às ferramentas agrometeorológicas. Elas incluem ferramentas de processamento geológico e de sensoriamento remoto e técnicas de processamento digital.
As variáveis ambientais, sociais e econômicas são georreferenciadas e incorporadas aos Sistemas de Informações Geográficas (SIGs). Isso acontece para que os dados possam ser analisados, classificados e cruzados. Depois, são apresentadas na forma de mapas e relatórios ou notas técnicas.
A avaliação do potencial agrícola das terras para uma determinada cultura requer a comparação entre dois fatores. Um é a exigência ecofisiológica da espécie e o outro a oferta ambiental da área onde se pretende implantá-la. Procurando atender a uma relação custo/benefício favorável, esse procedimento se baseia em um conjunto de características de solo e clima pertencentes a cada espécie vegetal.
Quanto mais ele se afastar dessas condições, menor será o êxito na exploração da cultura. Consequentemente, mais intensivas se tornarão as práticas de melhoramento das condições do solo e das lavouras. Assim, podendo chegar ao ponto de tornar o cultivo técnica ou economicamente inviável.
De acordo com um estudo, existem três princípios identificados que orientam as pesquisas e os trabalhos de Zoneamento Agroecológico:
Para atender a demanda do Governo Federal, foram elaborados os Zoneamentos Agroecológicos das culturas da cana-de-açúcar e do óleo de palma. O Zoneamento Agroecológico da cana-de-açúcar teve o objetivo de fornecer subsídios técnicos para a formulação de políticas públicas de ordenamento da expansão e da criação sustentável dessa cultura no território brasileiro para a produção de etanol e açúcar.
O Zoneamento Agroecológico do óleo de palma, por sua vez, tem como objetivo orientar a expansão da produção brasileira da cultura, de acordo com o conhecimento técnico-científico. Dessa forma, procura-se garantir a sustentabilidade e integração dos aspectos econômicos, sociais e ambientais de 14 estados brasileiros.
O ZAE, como instrumento de subsídio às políticas públicas e de tomada de decisão por todos os atores do agronegócio, permite promover o uso e a ocupação de terras agrícolas com foco em:
Dessa maneira, o Zoneamento Agroecológico é indicado para todas as culturas de importância econômica e social. Isso desde que tenham os indicadores técnicos-científicos necessários e disponíveis por meio da pesquisa agrícola e pecuária.
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