O ácido fítico é um composto antinutriente presente nos vegetais que pode impedir ou dificultar a absorção de nutrientes essenciais pelo sistema digestivo. Ele está presente particularmente em grãos e legumes. Mas a boa notícia é que o ácido fítico pode ser quase completamente eliminado dos alimentos. Confira:
O ácido fítico, também chamado de fitato, não é uma grande preocupação para a maioria das pessoas, mas pode se tornar um problema durante os períodos de desnutrição, ou entre as pessoas que baseiam suas dietas quase exclusivamente em grãos e legumes.
Ele é um entre os vários antinutrientes existentes, como os taninos, e também pode ter alguns efeitos benéficos para a saúde (confira aqui estudos a respeito: 1, 2 ,3).
O feijão e outras leguminosas como a lentilha e o grão-de-bico podem ser deixados de molho na água durante a noite para melhorar seu valor nutricional (confira aqui estudo a respeito: 10). A maioria do ácido fítico presente nas leguminosas é encontrada na pele. Como muitos antinutrientes são solúveis em água, eles simplesmente se dissolvem quando os alimentos são imersos em água.
Em leguminosas, descobriu-se que a imersão diminui o ácido fítico, os inibidores de protease, as lectinas, os taninos e o oxalato de cálcio. Uma imersão de ervilhas de 12 horas, por exemplo, reduziu o teor de fitatos das em até 9% (confira aqui o estudo: 10).
Outro estudo descobriu que a imersão de feijão-guandu por seis a 18 horas diminuiu as lectinas em 38-50%, os taninos em 13-25% e os inibidores de protease em 28-30%. No entanto, a redução de antinutrientes pode depender do tipo de leguminosa. No feijão, soja e favas, a imersão reduz muito pouco os inibidores de protease (confira aqui os estudos a respeito: 11, 12, 13).
Mas não é só no caso das leguminosas que a imersão funciona, os vegetais folhosos também podem ser embebidos em água para reduzir alguns dos seus oxalato de cálcio (confira aqui estudo a respeito: 14).
A técnica da imersão pode ser usada em combinação com outros métodos, como brotação, fermentação e cozimento.
O brotamento, também chamado de germinação, pode aumentar a disponibilidade de nutrientes em sementes, grãos e legumes (confira aqui estudo a respeito: 14). Para brotar os grãos e sementes é necessário:
Durante a germinação, ocorrem mudanças dentro da semente que levam à degradação dos antinutrientes, como os inibidores de fitato e de protease. O brotamento demonstrou reduzir o ácido fítico em 37-81% em vários tipos de grãos e legumes (confira aqui estudos a respeito: 11, 12, 13). Além disso, em um outro estudo, esse processo também diminuiu as lectinas e inibidores de protease. Saiba mais sobre esse tema na matéria: “Por que cultivar brotos comestíveis?“.
A fermentação é um método antigo usado originalmente para preservar os alimentos. É um processo natural que ocorre quando microrganismos, como bactérias ou leveduras, começam a digerir os carboidratos dos alimentos.
Embora a comida que se torna fermentada por acidente seja mais frequentemente considerada tóxica, a fermentação controlada é amplamente utilizada na produção de alimentos e ainda pode conservar probióticos (em alguns casos, como o chucrute), que são microrganismos benéficos para a saúde intestinal. Saiba mais sobre eles na matéria: “O que são alimentos probióticos?“.
Os produtos alimentares que são processados por fermentação incluem iogurte, vinho, cerveja, café, cacau, chucrute, kinchee e molho de soja. Outro bom exemplo de comida fermentada é pão de fermentação lenta.
A fermentação degrada o ácido fítico e outros antinutrientes presentes nos grãos, levando a uma maior disponibilidade de nutrientes (confira aqui estudos a respeito: 14, 15, 16). A fermentação de sourdough (massa lêveda) é mais eficaz na redução de antinutrientes nos grãos do que a fermentação de levedura comum (confira aqui estudos a respeito: 17, 18).
Em vários grãos e leguminosas, a fermentação degrada efetivamente fitatos e lectinas (confira aqui estudos a respeito: 19, 20, 21, 22).
A fervura pode degradar antinutrientes como lectinas, taninos e inibidores de protease (confira aqui estudos a respeito: 23, 24, 25, 26). Um estudo mostrou que ferver o feijão-guandu por 80 minutos reduziu os inibidores de protease em 70%, lectina em 79% e tanino em 69% ( 12 ).
Além disso, o oxalato de cálcio é reduzido em 19-87% em vegetais de folhas verdes fervidas. Cozinhar e assar, por outro lado, não são métodos tão eficazes (confira aqui estudos a respeito: 27, 28). O ácido fítico, entretanto, é resistente ao calor e não é tão facilmente degradado com a fervura (confira aqui estudos a respeito: 29, 30).
O tempo de cozimento requerido depende do tipo de antinutriente, do vegetal e do método de cozimento. Geralmente, um tempo de cozimento mais longo resulta em maior redução de antinutrientes.
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