A maior aeronave totalmente elétrica do mundo realizou seu primeiro voo nesta quinta-feira (28). O Cessna Caravan, equipado com um motor elétrico, sobrevoou o lago Moses, no estado norte-americano de Washington.
O avião pode transportar nove passageiros, mas um piloto de teste realizou o voo inaugural sozinho, navegando a uma velocidade de cerca de 180 km/h. A fabricante de motores magniX, responsável pelo motor elétrico do avião, espera que o modelo possa entrar em serviço comercial até o final de 2021, com um alcance de 160 quilômetros de voo.
Antes da pandemia do novo coronavírus, a aviação era uma das maiores fontes de emissões de carbono, com números crescentes e forte influência sobre a emergência climática. Isso fez com que muitas empresas voltassem suas pesquisas para os aviões elétricos, embora sejam necessárias grandes inovações na redução do peso das baterias antes que aviões grandes possam voar distâncias significativas apenas com energia elétrica. Há outras fontes de energia sendo testadas, como células movidas por combustível de hidrogênio e biocombustíveis.
A indústria da aviação é fortemente regulamentada para garantir a segurança, mas a magniX espera que, ao modernizar um avião existente, o processo de certificação possa ser acelerado. Um hidroavião menor movido por um motor da marca completou um voo curto em dezembro.
Em junho de 2019, outra empresa, a Ampaire, pilotou uma aeronave movida por um motor híbrido de combustível fóssil e elétrico sobre a Califórnia. Analistas do banco de investimentos UBS disseram na época que o setor de aviação passaria a usar motores híbridos e elétricos para rotas de menos de 1.000 milhas muito mais rápido do que se pensava.
Roei Ganzarski, CEO da magniX, disse que os aviões atuais são caros de operar e muito poluentes. “Aviões elétricos terão um custo 40 a 70% mais baixo para operar por hora de voo”, calcula. “Isso significa que os operadores poderão voar mais aviões em aeroportos menores, com uma experiência mais curta e sem emissões nocivas de CO2”.
Segundo Ganzarski, a empresa acredita que todos os voos de menos de 1.000 milhas serão completamente elétricos em 15 anos. Mas ele alerta: “A densidade da energia [da bateria] ainda não está no ponto ideal. Embora seja boa para voos ultra curtos, de até 100 milhas, em um avião retrofit e mais de 500 milhas em um modelo novo, há muito potencial inexplorado nas baterias eleétricas. Agora que a primeira aeronave comercial totalmente elétrica voou, as empresas de baterias estão começando a trabalhar em melhores soluções de baterias prontas para o setor de aviação.”
Entre as outras empresas que desenvolvem aeronaves elétricas estão a Zunum Aero, que está construindo um avião de 27 assentos com alcance de 980 milhas, e a fabricante de motores Rolls-Royce, cujo programa Accel visa produzir o avião totalmente elétrico mais rápido até hoje. No entanto, em abril, a Rolls-Royce e a Airbus cancelaram seus planos para uma aeronave elétrica híbrida. A empresa alemã Lilium está trabalhando em um táxi aéreo elétrico de cinco lugares movido a jato.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais