Compartilhar

Biocapacidade, segundo a WWF (World Wide Fund for Nature), é a possibilidade dos ecossistemas proverem matéria biológica para utilização humana e absorverem os resíduos – gerados direta ou indiretamente – pela humanidade, usando as atuais formas de manejo do solo e tecnologias de extração.

O que são mudanças no uso do solo e seus impactos?

A biocapacidade leva em consideração seis principais grupos de produção que sustentam a vida humana na Terra:

  • Capacidade de produção da agricultura em terras cultiváveis
  • Pastagem para a geração de produtos de origem animal
  • Ambientes aquáticos destinados à pesca costeira e continental
  • Quantidade de vegetação capaz de absorver CO2 e fornecer madeira
  • Áreas urbanizadas que ocupam solos agrícolas
  • Área de reservatórios utilizados para geração de hidroeletricidade

A biocapacidade, ou capacidade biológica, de um ecossistema é a estimativa da produção de recursos naturais expressa em hectares globais por pessoa; portanto, depende da população humana.

Um hectare global (dentro do conceito de biocapacidade) é uma unidade que representa a produtividade biológica média de todos os hectares produtivos na Terra em um determinado ano (porque nem todos os hectares produzem a mesma quantidade de serviços ecossistêmicos). A biocapacidade é calculada a partir da população e dos dados de uso da terra, e pode ser estimada em vários níveis regionais, como uma cidade, um país ou o mundo como um todo.

Em 2008, por exemplo, havia 12 bilhões de hectares de terra e água biologicamente produtivas no planeta. Dividindo-se o número de pessoas vivas naquele ano (6,7 bilhões), deu, como resultado, uma biocapacidade de 1,8 hectares globais por pessoa. Mas isso pressupondo-se que nenhuma das terras sejam utilizadas para outras espécies que consumam o mesmo tipo de recurso biológico que os humanos.

A biocapacidade é diferente em cada região

Imagem de Rosario Xavier por Pixabay

A biocapacidade está relacionada com a demanda por terras, o desmatamento e a gestão da oferta e demanda dos recursos ecológicos. Sendo assim, a biocapacidade depende, também, da disponibilidade dos recursos ecológicos de cada região.

Se as terras destinadas à agricultura são de um país de clima frio, por exemplo, elas podem ser menos produtivas do que as terras agrícolas de um país de clima quente, o que tornará a biocapacidade de cada país mais ou menos produtiva, dependendo do tipo de cultura ali cultivado e das condições climáticas (entre outros fatores que afetam o aproveitamento da terra).

O aumento da produtividade do cultivo, mesmo que em terras menores, pode aumentar a biocapacidade.

Pegada ecológica e biocapacidade

Imagem de Colin Behrens por Pixabay

A biocapacidade se relaciona com a pegada ecológica; ambas foram criadas pela Global Footprint Network e podem ser utilizadas em conjunto para medir o impacto humano no meio ambiente.

Para entender melhor o conceito de pegada ecológica dê uma olhada na matéria: “O que é pegada ecológica?

Um déficit de biocapacidade de uma região ou país ocorre quando a pegada ecológica de uma população excede a biocapacidade da área disponível para aquela população.

Se houver um déficit de biocapacidade regional ou nacional, a região pode acabar importando biocapacidade por meio do comércio. Entretanto, o déficit global de biocapacidade não pode ser compensado.

Biocapacidade do Brasil

De acordo com dados de 2014, o Brasil é um país com mais biocapacidade do que pegada ecológica. Entretanto, o país não está imune aos impactos da sua crescente pegada ecológica, tais como exploração intensiva de terra, desmatamento e mudança do clima. Em um mundo de restrições ecológicas, a gestão da oferta e demanda dos recursos ecológicos são fundamentais para a viabilidade de uma nação, estado ou mesmo de um município. A contabilidade da pegada ecológica e da biocapacidade ajuda os tomadores de decisão, políticos e cidadãos a decidirem suas ações e definirem um melhor destino para o planeta como um todo.  A Pegada Ecológica do Estado do Acre


Veja também:

Equipe eCycle

Você já percebeu que tudo o que você consome deixa um rastro no planeta? Por uma pegada mais leve, conteúdos e soluções em consumo sustentável.

Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.

Saiba mais