Entenda os sintomas e as causas da síndrome de burnout
A síndrome de burnout é um estado de exaustão mental e física resultante da sobrecarga do trabalho, mas que pode derivar de outros aspectos da vida como a maternidade, paternidade ou relacionamentos. A condição foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde na 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) como um fenômeno ocupacional, mas não uma condição médica.
Mesmo sem a possibilidade de um diagnóstico, quando não tratada, a síndrome de burnout pode afetar negativamente a saúde mental de um indivíduo.
É importante notar que o burnout é uma condição séria e que não deriva apenas da carga horária ou dos afazeres do trabalho, embora eles possam contribuir para o seu desenvolvimento. Em grande parte, ela ocorre quando um indivíduo não se sente mais em controle do seu trabalho ou de sua própria vida.
Um relatório publicado em 2021 pela Indeed indica que 52% dos entrevistados já sofreram de burnout. O resultado da pesquisa indica um crescimento substancial de indivíduos com a síndrome, o que pede um maior reconhecimento e entendimento sobre a gravidade da condição.
Causas
Existem diversas causas que contribuem para a síndrome de burnout, como:
- Carga de trabalho não gerenciável;
- Tratamento injusto no trabalho;
- Falta de controle, tanto no trabalho quanto em outras áreas da vida;
- Dinâmica disfuncional no trabalho;
- Falta de apoio social;
- Pressão no cumprimento de prazos;
Tipos de burnout
No âmbito profissional, acredita-se que existem três tipos diferentes de burnout, que contêm suas próprias características e causas específicas. São eles:
- Burnout de sobrecarga: caracterizado por trabalhar freneticamente em busca de sucesso profissional, comprometendo a saúde física e mental para obter resultados.
- Burnout pouco desafiado: acontece quando o indivíduo se sente desmotivado e entediado com o trabalho, seja por falta de desafios ou pela falta de oportunidade no crescimento profissional.
- Burnout de negligência: associado à síndrome do impostor. Acontece quando o indivíduo se sente desamparado ou negligenciado no trabalho e acredita não ser competente o suficiente para lidar com suas responsabilidades.
Sintomas
O burnout não é desenvolvido subitamente. Ele progride em um processo gradual que depende de suas causas e do estresse resultante delas. Na maioria das vezes, se não é tratado, ele pode resultar em um total colapso e desamparo do indivíduo. Alguns do sintomas a serem procurados são:
- Exaustão e cansaço
- Falta de entusiasmo em relação à causa do burnout
- Inabilidade de exercer sua função
- Desempenho reduzido
- Mecanismos de sobrevivência não-saudáveis
- Falta de satisfação frente à conquistas
Consequências
Caracterizada pelo estresse prolongado, a síndrome de burnout pode afetar a saúde do indivíduo quando não tratada corretamente. Muitas vezes, seus sintomas são ignorados e podem resultar em problemas maiores, que podem causar sequelas na saúde mental.
Entre algumas das consequências da síndrome de burnout não tratada incluem:
- Insônia
- Desenvolvimento de hábitos nocivos, como o abuso de substâncias
- Fatiga
- Excesso de estresse
- Doenças cardiovasculares
- Pressão alta
- Sistema imunológico baixo e vulnerabilidade à contração de doenças
- Diabetes tipo 2
Tratamento e como lidar com o burnout
Como não é considerada uma condição médica, muitas vezes o tratamento da síndrome de burnout é desconsiderado. Entretanto, ele é uma parte fundamental dentro da recuperação da síndrome e de seus sintomas. Sendo uma condição mental, derivada do estresse, o tratamento pode envolver consultas com terapeutas e outros profissionais da área da saúde mental. Por outro lado, procurar apoio em outras áreas da vida também é possível.
Diante do burnout profissional, é necessário estabelecer limites saudáveis dentro do trabalho. Se possível, conversar e explicar as especificações de sua condição e o que pode estar desencadeando essa resposta emocional dentro de suas funções como empregado. Lembre-se: o burnout é uma condição séria e válida e que precisa ser reconhecida, principalmente no âmbito profissional.
Alguns casos mais sérios podem precisar de liberação do trabalho. Contudo, muitas vezes isso não pode ser possível. Nesses casos, é necessário estabelecer limites para que os sintomas não se manifestem novamente, manuseando a carga horária para não se sobrecarregar.
Além disso, procure se envolver em atividades relaxantes que não estejam relacionadas ao trabalho. A meditação, ou a yoga, por exemplo, são práticas que podem ser exercidas em casa e ajudam na liberação do estresse.