Entenda os benefícios e os possíveis riscos da carne vegetal

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Carne vegetal é qualquer tipo de “carne” feita à base de plantas, grãos e outros ingredientes de origem não animal.

Com a popularização das dietas flexitarianasvegetarianasveganas, que defendem o não consumo ou a redução do consumo de carne, as carnes vegetais têm se tornado cada vez mais comuns nas prateleiras dos supermercados.

Além de grandes empresas do ramo alimentício e redes de fast-food já terem aderido à tendência, algumas marcas, como a empresa brasileira Fazenda Futuro, são especializadas em carnes vegetais – e têm conquistado clientes fiéis.

Para muitas pessoas, a carne vegetal é tão ou até mais saborosa do que a real, e seus defensores afirmam que, além de mais amigáveis ao meio ambiente e gentis com os animais, elas também são melhores para a saúde.

Por outro lado, os críticos estão preocupados com a profusão de opções plant-based industrializadas, que podem ser tão cheias de calorias e ingredientes prejudiciais para o corpo humano quanto a ingestão de proteína animal.

Mas, afinal de contas, a carne vegetal é ou não mais saudável do que a “verdadeira”? E quanto à sustentabilidade?

A carne vegetal é melhor para o meio ambiente do que a carne tradicional?

No geral, sim! Segundo a NBC News, a empresa Beyond Meat, por exemplo, usa 99% menos água, 93% menos terra e 90% menos emissões de combustíveis fósseis; já a Impossible Burger usa 87% menos água, 96% menos terra e 89% menos emissões  do que um quarto de libra de carne moída convencional.

As estatísticas oferecem uma imagem otimista de alternativas de carne que beneficiam o meio ambiente em grande forma.

Especialistas sugerem que as pressões sobre o planeta seriam impactadas de forma muito positiva se todos substituíssem a carne por alternativas vegetais ou por carne de laboratório.

Com a expectativa de que a população global aumente para 9,7 bilhões até 2050, as alternativas à carne podem ser eficazes na criação de um suprimento de alimentos mais sustentável sem forçar as pessoas a mudar sua dieta drasticamente.

Por exemplo, se cada americano substituísse toda a carne bovina, frango e porco em sua dieta por uma opção vegetariana, isso economizaria 280 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono – ou aproximadamente todas as emissões anuais de Ohio, nos EUA.

A redução do consumo de produtos de origem animal também evita a escassez de água, já que mais de 50% da água doce usada pelos americanos é voltada para a criação de gado.

A carne vegetal é saudável?

Se você analisar os ingredientes de muitas das alternativas de carne vegetal, poderá notar que muitas marcas utilizam compostos químicos como metilcelulose, leghemoglobina de soja e gluconato de zinco na produção de seus hambúrgueres.

Além disso, os hambúrgueres vegetais podem somar o mesmo teor calórico e quantidade de gorduras das opções feitas com carne de verdade.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o Whopper Impossível sem carne do Burger King tem 630 calorias, em comparação com o Whopper normal, que tem 660.

Além disso, ambos têm aproximadamente a mesma quantidade de gordura – 35 e 40 gramas respectivamente, mas a versão vegetal supera o hambúrguer de carne normal na contagem de sódio, com 1.240 miligramas versus 980 para o de carne bovina.

No que diz respeito ao teor de sódio, calorias e gordura, as carnes vegetais industrializadas não se saem muito melhor do que a carne normal.

Elas também são altamente processadas e recheadas com ingredientes menos saudáveis, como óleo de coco refinado e amido alimentar modificado.

Uma pesquisa sugere que os alimentos processados ​​fazem com que as pessoas consumam 500 calorias extras por dia e, por fim, ganhem mais peso.

Apesar disso, no entanto, seguir uma dieta baseada em vegetais em vez de uma dieta baseada em carne pode reduzir o risco de doenças cardíacas, câncer e diabetes tipo 2, segundo estudos.

Na verdade, de acordo com um relatório do National Institutes of Health, as dietas à base de plantas são uma forma econômica e de baixo risco de ajudar a reduzir o índice de massa corporal, a pressão arterial, o HbA1C e os níveis de colesterol.

A mesma pesquisa sugere que aqueles que aderem a um plano alimentar baseado em vegetais tomam menos medicamentos para tratar doenças crônicas e têm menores taxas de mortalidade por doença cardíaca isquêmica.

A dieta baseada em vegetais é especialmente encorajada para quem tem hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares ou obesidade.

Além disso, um estudo conduzido por pesquisadores da Stanford Medicine descobriu que optar por carnes à base de plantas reduz diversos fatores de risco cardiovascular em comparação com a carne vermelha.

Em particular, os pesquisadores mediram os níveis de uma molécula, N-óxido de trimetilamina, ou TMAO, no corpo; O TMAO tem sido associado ao risco de doenças cardiovasculares.

Eles descobriram que os níveis de TMAO eram mais baixos quando os participantes do estudo comiam carne de origem vegetal.

Consumir mais alimentos integrais, fontes de proteínas vegetais, como quinoa ou lentilhas, é uma excelente maneira de obter proteínas adequadas e outros nutrientes essenciais para otimizar a saúde. Algumas dicas são:

  • Grão-de-bico: rico em ácido fólico, contém 39 gramas de proteína por porção.
  • Lentilhas: são cheias de fibras e contêm 18 gramas de proteína por porção.
  • Tofu: contém 10 gramas de proteína por porção.
  • Quinoa: um grão integral que contém 8 gramas de proteína por porção.

Concluindo: as carnes vegetais industrializadas podem se encaixar em uma dieta saudável quando ingeridas com moderação, no máximo algumas vezes por semana, desde que não constituam a única fonte de proteína.

Em vez disso, o recomendável é optar por alimentos integrais. A dica é: sempre prefira fazer a sua própria carne vegetal em casa, a partir de alimentos in natura!

Experimente preparar um hambúrguer vegetal à base de soja, grão-de-bico, lentilha, feijão e quinoa, por exemplo. As receitas são infinitas – e a criatividade também!

Isabela

Redatora e revisora de textos, formada em Letras pela Universidade de São Paulo. Vegetariana, ecochata na medida, pisciana e louca dos signos. Apaixonada por literatura russa, filmes de terror dos anos 80, política & sociedade. Psicanalista em formação. Meu melhor amigo é um cachorro chamado Tico.

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