As carnes alternativas são alimentos de origem vegetal criados para substituir a carne animal e reduzir o seu consumo. O mercado dessas alternativas vem crescendo exponencialmente, assim como o número de pessoas que estão cortando a carne de sua dieta.
Associada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, câncer e até mesmo a impactos ambientais significativos, a carne está deixando de ser o alimento principal no prato de diversas pessoas. Desse modo, a necessidade por carnes alternativas com menos efeitos no meio ambiente e mais benefícios à saúde cresceu.
De acordo com o Good Food Institute, as vendas de alimentos à base de plantas cresceram mais rápido do que as vendas gerais de alimentos em 2021. O mercado de carnes alternativas, por exemplo, foi previsto de faturar mais de 24 bilhões de dólares em 2030.
A produção de proteína animal contribui para diversos agravantes das mudanças climáticas, incluindo a emissão de gases do efeito estufa — como o metano e o dióxido de carbono. Além disso, entre as principais causas para a insustentabilidade da agropecuária estão o desmatamento, o uso da água e de fertilizantes à base de nitrogênio, que liberam óxido nitroso na atmosfera. Em contrapartida, acredita-se que a a indústria de carnes alternativas possa ser uma com o menor índice de emissões de gases do efeito estufa.
De acordo com um relatório divulgado pelo Boston Consulting Group em conjunto com o grupo de investimento com foco em sustentabilidade Blue Horizon, a indústria de carnes alternativas pode ser a chave para a redução de emissões de gases do efeito estufa. A partir de uma análise de grandes empresas, incluindo setores como transporte, construção e aviação, foi possível concluir que as indústrias de carnes alternativas são responsáveis por emissões mais reduzidas por dólar gasto.
No entanto, essa não é a primeira vez que alimentos à base de plantas são relacionados a uma pegada ecológica menor. Uma pesquisa realizada na Alemanha foi capaz de comprovar que a substituição de 20% da carne por proteína microbiana poderia reduzir o desmatamento pela metade.
O estudo foi baseado em modelos de computador, onde a demanda de carne e outros fatores socioeconômicos eram considerados. A análise dos cientistas conseguiu provar que a substituição de apenas um quinto da produção de carne pela proteína microbiana até 2050 poderia reduzir o desmatamento em até 56% — o equivalente a 78 milhões de hectares.
A proteína microbiana é produzida por microrganismos através de um processo de fermentação do carbono e outros substratos que contêm nitrogênio. O alimento, além de oferecer micronutrientes similares ao da proteína animal, também possui textura e gosto parecidos com a carne, agindo como uma alternativa mais sustentável e saudável.
Por outro lado, esses alimentos também podem ser mais benéficos que a carne convencional. Feitas para suprimir a necessidade de alimentos de origem animal, as carnes alternativas também são fontes de proteína, mas de substancialmente mais saudáveis. Elas, geralmente, são compostas de legumes, vegetais e grãos integrais.
Porém, é importante lembrar que esses alimentos não são feitos para ser saudáveis. Muitas vezes seus valores de sódio, aditivos e preservantes podem torná-los mais gordurosos e um pouco problemáticos — apesar de não serem tão prejudiciais quanto a carne.
Assim como a carne convencional, hambúrgueres, nuggets e outros tipos de carnes alternativas são feitas para um consumo moderado. Já a alimentação diária de pessoas que escolhem essas substituições são repletas de alimentos frescos e realmente benéficos à saúde.
Entretanto, uma pesquisa da Universidade de Minnesota concluiu que as proteínas alternativas possuem menos gorduras saturadas em suas composições em comparação com a carne moída usada em hambúrgueres convencionais.
Produtos animais, como a carne, leite e derivados são fontes de gorduras saturadas — as gorduras associadas à inflamação, que é uma das principais causas no desenvolvimento de doenças cardiovasculares. De acordo com o American Heart Association (AHA), o consumo de alimentos com grandes índices de gordura saturada, como os animais, também promove os níveis de colesterol, que aumentam o risco de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC).
Porém, as carnes alternativas também possuem níveis reduzidos de vitamina B12, proteínas, e zinco em comparação com a carne vermelha.
As carnes alternativas, no entanto, não são os únicos alimentos que podem substituir a carne vermelha. Dietas veganas, vegetarianas e plant-based são baseadas no consumo de outros alimentos com propriedades benéficas à saúde, como a própria proteína.
As proteínas vegetais são mais saudáveis do que a carne e, em porções corretas, podem substituí-la facilmente no dia a dia. Alimentos como tofu, tempeh, feijão, grão-de-bico e ervilha são fontes ricas em proteína utilizadas para substituir a carne e são mais acessíveis que a carne à base de plantas, mas mantêm os benefícios ambientais do produto.
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