Chiclete: do que é feito e como descartar?

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O chiclete ou goma de mascar é uma substância macia e elástica feita para ser mastigada, mas não engolida. Ele pode ter diferentes sabores e normalmente é feito à base de uma goma emborrachada não digerível.

Apesar de ter muitos fãs, o chiclete pode trazer malefícios à saúde. Além disso, por ser feito em grande parte de plástico, quando não é descartado corretamente, traz impactos ao meio ambiente, podendo entrar na cadeia alimentar e prejudicar os seres vivos.

Entenda o impacto ambiental do lixo plástico para cadeia alimentar

Como é feito o chiclete?

Grande parte das fórmulas de chiclete envolve:

  • Goma, que serve como base;
  • Resina adicionada para fortalecer a goma e mantê-la unida;
  • Enchimentos, como carbonato de cálcio;
  • Conservantes para estender a vida útil, como o hidroxitolueno butilado (BHT);
  • Amaciantes para reter a umidade e evitar o endurecimento da gengiva (podem incluir ceras como parafina ou óleos vegetais);
  • Adoçantes, como o açúcar e o xarope de milho;
  • Aromas para dar o sabor específico.

No geral, são ingredientes seguros. Algumas marcas, no entanto, utilizam componentes controversos. O próprio hidroxitolueno butilado, por exemplo, é um antioxidante adicionado a muitos alimentos processados que impede que eles estraguem. Contudo, alguns estudos em animais mostraram que, em altas doses, a substância pode causar câncer (confira estudos a respeito: 1, 2, 3).

Abaixo você pode conferir um vídeo para ver mais detalhes sobre o processo do chiclete:

Malefícios do chiclete à saúde

Há uma crença popular de que o chiclete pode ajudar a reduzir a fome e a ingestão de energia, consequentemente, ajudando a perder peso. No entanto, pesquisas evidenciam malefícios.

Um estudo publicado na Eating Behaviors conduziu dois experimentos nos quais os participantes mascaram chicletes antes de completar uma tarefa de reforço alimentar ou antes de todas as refeições durante duas a três semanas. Os resultados mostraram que, na verdade, mascar chicletes com sabor de menta pode impedir o consumo de frutas e reduzir a qualidade da dieta.

Além disso, o chiclete pode trazer sintomas de disfunção da articulação temporomandibular (ATM) — que inclui dor na mandíbula — e contribuir com a síndrome do intestino irritável, pois, ao mastigar, o ar pode ser engolido em excesso, aumentando a dor abdominal e o inchaço. Os chicletes açucarados também podem contribuir para o desenvolvimento de cáries.

Impactos ambientais do chiclete

Imagem de Marc Newberry no Unsplash

O chiclete, na maioria das vezes, não é eliminado da maneira correta – tanto é que você provavelmente já pisou em um ou encontrou algum debaixo da mesa.

Como mencionado, ele é feito à base de goma. Geralmente essa goma é feita de um polímero sintético chamado poli-isobuteno, um material plástico que ajuda a dar flexibilidade, mas impede que o chiclete seja biodegradável.

Assim como as bitucas de cigarro, ainda que pareçam ser apenas pequenos pedaços, os chicletes podem rapidamente se acumular virando um grande problema. Ficando atrás das bitucas, estima-se que o chiclete seja a segunda forma mais comum de lixo.

Se grande parte dele é feito de plástico, ele irá demorar para desaparecer, existindo por pelo menos cinco anos. Considere que todo ano a indústria de chicletes movimenta bilhões: quantos chicletes estão sendo mascados, descartados incorretamente e impactando o meio ambiente?

Enquanto não desaparecem e permanecem sendo descartados de maneira incorreta, os chicletes podem parar em todo lugar e são confundidos com comida, sendo mastigados por animais marinhos e terrestres. A partir disso, eles enchem os corpos dos seres com toxinas que eles não estão acostumados. Então…

Como descartar chiclete corretamente?

Também há uma crença popular para o descarte do chiclete: no asfalto. É importante ressaltar que isso, na verdade, contribui com a poluição da cidade, podendo custar bastante dinheiro aos municípios para a limpeza. Além disso, também pode fazer com que outros cidadãos pisem na goma ou que animais acabem comendo por engano.

O chiclete deve ser descartado na lixeira de lixo não descartável. Mas, para reduzir seus impactos, priorizar o consumo consciente e diminuir a quantidade de consumo de gomas pode ajudar.

Alternativas para o chiclete

Para amenizar os impactos ambientais do chiclete, já foram criadas algumas iniciativas. A organização Gum Drop, criada pela designer Anna Bullus, recicla e reaproveita os chicletes. Lixeiras são distribuídas pela cidade para coletar exclusivamente as gomas. A partir da coleta, fabrica-se produtos como lápis, solas de sapatos e xácaras de café.

Estudantes de design na França criaram um conceito que transforma chicletes usados em rodas de skate. Segundo eles, as cores e a textura da goma são perfeitas para usar nas rodas. Para coletar o chiclete, eles pretendem espalhar a novidade e inspirar as pessoas a descartarem os chicletes em placas que colocariam pela cidade feitas justamente para isso.

Além dessas iniciativas, mascar chiclete biodegradável (ou eco-chiclete) é uma opção. A cooperativa mexicana Chicza, por exemplo, produziu um chiclete que não prejudica o meio ambiente, sendo orgânico e biodegradável. As marcas que oferecem essas opções, entretanto, ainda estão surgindo, enquanto isso, comer menos chiclete é uma boa ação para minimizar seus impactos.

Equipe eCycle

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