A lâmpada fluorescente é um item muito comum em residências e locais de trabalho por ser uma opção mais eficiente e econômica quando comparada com as lâmpadas incandescentes. No entanto, apesar de sua qualidade, é preciso ficar atento ao lado negativo que as lâmpadas fluorescentes possuem, pois elas levam mercúrio e chumbo em sua composição, metais prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
Anualmente, cerca de 40 milhões de lâmpadas são descartadas no Brasil, e se todas elas tiverem como destino locais inadequados, os riscos que daí decorrem são expressivos. Veja a seguir os perigos incorridos e como descontaminar lâmpadas fluorescentes:
A lâmpada fluorescente é composta por vidro, alumínio, pó fosfórico, mercúrio e chumbo. Ao ser descartada em aterros sanitários ou lixões, ela pode se romper facilmente, emitindo vapores com aproximadamente 20 mg de mercúrio – que caso sejam aspirados, são absorvidos pelos pulmões, podendo causar problemas neurológicos e até hidrargirismo (intoxicação que causa tosse, dispneia, dores no peito e outros problemas mais graves).
A regulamentação que estabelece limites rigorosos à presença de mercúrio nos resíduos sólidos é a norma brasileira NBR 10004, que determina que o final do ciclo de vida das lâmpadas fluorescentes não é o lixo, e sim os locais de tratamento especializados para resíduos mercuriais.
Além dos riscos à saúde, o descarte incorreto das lâmpadas também pode causar prejuízos ao meio ambiente. Quando atinge o leito de um rio, por exemplo, o mercúrio contamina toda a água que passa por ali. Ademais, os peixes que vivem nessas águas absorvem esse elemento, que se acumula em todos os tecidos do organismo, chegando a atravessar a parede celular – o mesmo pode acontecer com o ser humano que se alimenta de um peixe contaminado. Por fim, quando o mercúrio é despejado de maneira irregular em rios, ele volatiza e passa para a atmosfera, causando prováveis chuvas contaminadas.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a quantidade de mercúrio presente nos primeiros 100 metros de profundidade dos oceanos, proveniente das emissões relacionadas com a atividade humana, duplicou nos últimos 100 anos. E a concentração nas águas mais profundas aumentou 25%. Por isso, foi realizada, em 2013, a Convenção de Minamata sobre mercúrio, cujo objetivo é reduzir os níveis mundiais de emissões de mercúrio, bem como a produção e a utilização do metal, principalmente em processos industriais. O projeto foi adotado por 92 países em conferência diplomática no Japão, incluindo o Brasil.
A Convenção de Minamata, aliás, adotou esse nome não por acaso: na cidade de Minamata, milhares de pessoas foram envenenadas, por volta da década de 1950, após ingerirem frutos do mar contaminados com mercúrio. Saiba quais os cuidados tomar em caso de acidente doméstico quando a fluorescente se quebrar.
A descontaminação de lâmpadas fluorescentes varia de acordo com o modelo do produto. Porém, esse processo se resume em separar os terminais (componentes de alumínio, soquetes plásticos e estruturas metálico-eletrônicas), o vidro (em forma de tubo, cilindro ou outro formato), o pó fosfórico (pó branco contido no interior da lâmpada) e, principalmente, o mercúrio, que será, no fim, recuperado em seu estado líquido elementar. Os processos ocorrem da seguinte maneira:
Mais recentemente, uma solução “parcial” tem sido divulgada com maior frequência no mercado: os trituradores de lâmpadas compactos, popularmente chamados de papa lâmpadas, equipamentos capazes de serem deslocados aos locais onde encontram-se as lâmpadas que, mediante deposição em seu interior, sofrem processo de trituração e, supostamente, sucede também o aprisionamento dos resíduos contaminantes, para subsequente encaminhamento à planta industrial capaz de proceder à efetiva descontaminação do material.
Ocorre que tal equipamento, se por um lado apresenta a vantagem de reduzir custos e riscos de deslocamento das lâmpadas por largas distâncias, por outro apresenta desvantagens comprovadas por estudos que descrevem os riscos de vazamento de contaminantes no processo, bem como outros riscos inerentes ao seu manuseio. Além disso, alguns especialistas apontam que a trituração pura e simples com acondicionamento em tambores não constitui a solução para o problema de destinação do resíduo. Entenda melhor o que são, como funcionam, as vantagens, desvantagens e riscos dos trituradores compactos de lâmpadas fluorescentes na matéria “Trituradores de lâmpadas fluorescentes: solução ou problema?“.
Visualize todas as etapas do processo de reciclagem da lâmpada fluorescente, aferindo o vídeo.
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